(Nídia Telles)
Existem pessoas que surgem em nossas vidas várias vezes como para confirmar o quanto serão importantes para nós. Quando estão quase se apagando de nossa memória, ressurgem e reavivam lembranças guardadas numa gaveta que tem escrito pelo lado de fora “Pessoas Inesquecíveis”.
Uma dessas pessoas é sempre nossa primeira professora. A minha foi dona Darlene Vono, tinha uma paciência de Jó e um amor infindo pela educação. Brincava de pique com os alunos na hora do recreio e o que eu achava mais lindo – tocava acordeão (na minha terra, acordeom). Ensaiou quatro alunas (Lelé, Maria Rita, Maria Vitória e eu) para uma coreografia com a música Bigorrilho. Lembro-me até hoje: saia vermelha, blusa branca e lenço também vermelho nos cabelos. Sou capaz de dançar, agora um tanto desajeitadamente, alguns passos da coreografia. Foi um sucesso santa-ritense (ou santarritense?). Viramos arroz-doce de festa. Apresentávamos em todas as solenidades, de homenagem a padres até formaturas.
No aniversário dela, levei um vidro de esmalte, do rosa mais lindo que existia. Coitada, certamente pensou que era uma jóia, aquele embrulho tão pequeno. Que pena que não conservei o quebra-cabeça com cenas da Branca de Neve que ganhei dela no final do ano.
Quando estava no terceiro ano do ginasial (sétima série), ela surge novamente em minha vida. Agora, como professora de Francês. Entre fricotes e biquinhos (mon nom c´est Nidia, Je suis brasilienne) aprendi a gostar de aprender outras línguas.
Vou estudar na Escola Técnica de Eletrônica e outra vez, aparece a Darlene. Professora de Língua Portuguesa durante todo o curso. Depois, quando comecei a lecionar na ETE, se tornou minha colega de trabalho.