O senhor Divino Santos (Por Adjair Franco)

    O senhor Divino Santos nasceu, há quase um século, no dia 13 de agosto de 1926. Aos 98 anos, continua lúcido e muito divertido. Natural de Bom Jardim de Minas, veio para Santa Rita ainda bebê, pois seu pai trabalhava na velha ferrovia.

    Na juventude, senhor Divino foi para São Paulo e entrou para a Força Pública (Polícia Militar). Depois, veio para Pouso Alegre e entrou para o exército, onde tomou parte na Cavalaria.
    Em 1950, tirou carteira de motorista e foi trabalhar na fundação da ETE.
    Quando o senhor Clóvis Amorim comprou uma Kombi, Divino foi trabalhar para ele e, por muitos anos, foi chofer de praça.

    No início da década de 70, entrou para a prefeitura, ainda na gestão do doutor Arlette Teles Pereira, quando exerceu várias funções nas áreas que dominava. Dirigiu retroescavadeira, trator e caminhão. Só deixou a prefeitura oito anos depois, em 1978, já na gestão de Ronaldo Carvalho.
    Senhor Divino também somou experiência profissional no laticínio do senhor Horácio Capistrano, em São Sebastião da Bela Vista. Aproveitou o embalo, já que a sua esposa, dona Aparecida Santos, também lecionava lá.

    Incansável, trabalhou na empresa G. Sodré e no Posto Aliança. Ainda acumulou passagens como motorista do senhor Chico do Bilac, no Paraná, juntamente com o senhor José Mota. Partia de Minas para transportar gado para o Paraná, em Campo Mourão, Santa Mariana e Cornélio Procópio.

    Ele ainda lembra que, certa vez, ao soltar o gado do caminhão, o rebanho se dispersou e precisou de um dia inteiro para recolher os bichos novamente. Na época, ganhava 3 contos de Réis. Como era um trabalho puxado, resolveu pedir aumento para 10 contos. Mesmo acreditando que não iria conseguir, resolveu arriscar e o administrador, senhor Bené, atendeu o pedido. Foi naquele momento que começou a juntar dinheiro e comprou a sua primeira casa, na rua do Bepe.

    Quando chovia, era preciso colocar correntes nos pneus para chegar e sair de casa, tamanho era o barro, mas o homem não desanimava. Só um tempo mais tarde conseguiu comprar outra casa, no bairro Vista Alegre, do senhor Benedito Caputo e dona Iolanda Trigo. Após conseguir três testemunhas para fechar o negócio, soube que havia um sapateiro que também queria comprar o imóvel, mas Divino seguiu em frente. Foi um reboliço para fechar negócio, mas conseguiu adquirir a casa em que moram até os dias de hoje. A casa não estava em condições tão boas e foi preciso reformar todo o imóvel. Deu muito trabalho, mas valeu o esforço para ter o lar que sempre sonhou.

    Apesar de uma vida de intenso trabalho, nem só de ocupação vive o nosso amigo Divino. Seu maior lazer é a pescaria. Para se divertir um pouco, comprou um rancho junto com os amigos doutor Hélcio, Éder, Saran e Célio Castelani, localizado em Guaipava. Até hoje ele ainda se reúne com familiares e amigos no local feito especialmente para pescar excelentes peixes. Ele leva tão a sério o seu hobby que comprou um barco de alumínio, com motor e tudo!

    A família de Divino é muito unida. Ele tem 8 filhos, 24 netos, 12 bisnetos e quatro tataranetos.
    Nosso homenageado é um grande homem, sério, de caráter íntegro e dono de uma fé inabalável. Ao lado de dona Aparecida, leva uma vida de companheirismo e de muita luta. Com ela, aguarda a chegada dos seus 100 anos com muita saúde, alegria e amor. Viva Seu Divino!

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