Na última semana, um pacote com diversas fotografias foi encontrado em uma lixeira, nas redondezas da nova rodoviária. O embrulho repleto de imagens antigas e danificadas pela ação do tempo, com algumas delas coladas pelo excesso de umidade, foi deixado no Museu Histórico Delfim Moreira e desvendou um passado recente ainda pouco conhecido por grande parte dos santa-ritenses. Trata-se dos registros pessoais de Cyro de Luna Dias Júnior, o Cyrinho, que colecionou tantas fotos e lembranças como fez amigos no decorrer da vida.
Os encontros em sua residência, ao lado da antiga estação, reuniam dezenas de personalidades locais em festas que duravam meses, enquanto o seu pai – o célebre juiz de direito e escritor, Cyro de Luna Dias – viajava para o Rio de Janeiro, fugindo do inverno que atacava a sua asma. Tais encontros ganharam a alcunha de Temporada Lírica e algumas das figuras mais interessantes da boemia santa-ritense varavam as noites na casa do magistrado que realizou o casamento de Elis Regina. Cyrinho era o responsável por escolher as músicas, preparar os petiscos e dar, literalmente, cartão amarelo e vermelho a quem saísse da linha. Ao seu lado gravitavam médicos, pianistas, escritores, políticos e outras personalidades, em busca de diversão, cultura e cerveja.
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Este é o registro de uma época recheada de memórias contadas através de fotografias inéditas. Embarque nessa viagem etílica através das lentes do saudoso Cyrinho.
