As aventuras de Mário do Putieu

Quem conheceu o Mário, conheceu uma história Em Santa Rita do Sapucaí, o nome do Mário sempre vem acompanhado de uma boa risada. Irmão querido, figura popular na cidade e dono das peripécias mais memoráveis, ele marcou gerações com seu humor, sua coragem e seu jeito único de viver. Nesta edição, você vai conhecer — ou recordar — algumas das histórias mais saborosas desse personagem inesquecível, que mesmo pequenino em estatura, foi gigante em alegria.

(Maria Helena Brusamolin)

Quem conheceu meu irmão Mário tem sempre uma história para contar sobre ele. E geralmente são recordações engraçadas, bem humoradas, como era o temperamento desse irmão que partiu cedo e deixou muitas saudades.

Vamos nos localizar no tempo e no espaço. Terceiro filho de Putieu e Helena, Mário nasceu doente e precisou de cuidados especiais até alcançar certa idade. Foi vítima de nanismo, mas tinha os membros perfeitos, um rosto lindo e olhos verdes. Sua pequena estatura não atrapalhou a sua alegria de viver e a sua popularidade. Mário foi um personagem da história de Santa Rita, conhecido não só onde nasceu, mas também na redondeza por conta de suas peripécias. Era muito querido por todos os que com ele conviviam. Sua altura não passava de 1 metro e quarenta, e isso o favorecia muito, pois tinha sempre a proteção dos amigos mais altos. Uma das histórias contadas é que ele tinha um amigo, cujo apelido era Dito Buta, que media quase dois metros de altura. Os dois saíam para beber e combinavam que Mário arrumaria briga no bar só para sair de fininho e deixar o Dito resolver a pendenga. Quem conhecia o combinado entre os dois se divertia a valer. E o pau quebrava!

Outra “distração” do Mário era soltar bombas em ambientes fechados, principalmente em banheiros de bares. Ele ia ao local, plantava a bomba, com certeza amarrada a um cigarro aceso, e saía de fininho. Minutos depois ouvia-se a explosão. No dia seguinte a notícia chegava lá em casa. Meu pai tinha outra crise de falta de ar e minha mãe rezava mais um terço. Como não havia provas que o incriminassem, nem flagrante, apenas indícios, ele escapava ileso. Mas a cidade inteira sabia que era ele, inclusive o Delegado de Polícia.

Mário não gostava de escola e o máximo que papai e mamãe conseguiram foi que ele terminasse a primeira série ginasial, hoje correspondente ao sexto ano. Depois disso ele decretou greve geral e disse que nunca mais iria à escola. Ponto! Sua diversão era, na volta da escola, com uma grande plateia ao redor, jogar os cadernos para cima e encaixá-los nos fios de eletricidade. Aquilo ficava parecendo um varal de cadernos. Mamãe comprava novos e o Mário repetia a façanha. Nos primeiros anos, o Zé Padoia, nosso irmão mais velho, ficara incumbido de acompanhá-lo até a escola, mas, para chatear o irmão, Mário se sentava na beira da calçada e comia o lanche que mamãe havia preparado. Tudo isso para se atrasar e não conseguir entrar na escola.

Isso é só o começo. Nos próximos números contarei mais.

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