(Ivon Luiz Pinto)
Por volta de 1698 descobriu-se ouro no que é hoje a cidade de Ouro Preto. O descobridor não sabia precisar o local. Sabia apenas que era em um pequeno rio e que na montanha tinha uma pedra grande e outra pequena. Muito mais tarde, Antonio Dias de Oliveira encontrou esse local e começou a explorar o ouro. O rio é o Tripui, e a montanha é a ITACOLOMI.
Apareceram outros aventureiros e a região ficou cheia de garimpos. Cada aventureiro, também conhecido por bandeirante, trazia consigo a imagem de seu santo protetor. Eles edificaram suas casas nos lugares altos por serem secos. Os pobres fizeram suas casas com simplicidade, na parte baixa. As casas de ricos tinham dois pavimentos e eram chamadas de SOLAR – SÓ LAR. Os comerciantes fizeram, também, casas de dois pavimentos e o pavimento de baixo, com muitas portas, era utilizado para o comércio e sobrava a parte de cima para residência da família. Esse tipo de construção é o SOBRADO (aquilo que sobrou).
Para demonstrar sua riqueza, cada família mandava construir um templo em honra ao seu santo protetor e o embelezava com ouro. Eles não permitiam que outras pessoas, mesmo as ricas em ouro, frequentassem sua igreja pois não faziam parte de sua irmandade. Outros donos de ouro também faziam igrejas e colocavam mais ouro do que a outra, para demonstrar superioridade. Só frequentavam essas igrejas quem fizesse parte de sua irmandade. Os pobres fizeram pequenas igrejas, sem muito ornamento em ouro, mas com muitas cores, em terrenos baixos.
Nascia, assim, a ideia de IRMANDADE, como, também, o motivo pelo qual as grandes igrejas e os belos casarões estão localizados na parte alta da cidade. As irmandades receberam o nome do santo da igreja, por ex. Irmandade de São Francisco, Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, etc.
O estilo das igrejas, com muito ouro, é chamado de Barroco e, os daquelas que tinham pouco ou nenhum ouro, mas muitas cores é o ROCOCÓ.
Não era permitido aos negros e homens pobres passarem pela rua dos homens ricos, então foram construídos becos para desviá-los. Por isso essas cidades têm muitos becos e, muitos desses becos, eram utilizados como esgotos.
É muito comum encontrar casas com uma cruz na porta. Cruz de madeira, de crochê ou de fuxico. Em várias cores e com ornamentos. Essas cruzes indicavam que a casa era de família e tinha que ser respeitada. Se a casa não tivesse uma cruz, significava que era prostíbulo, casa de mulheres “fáceis” que comumente eram chamadas de primas.
