Por Ivon Luiz Pinto
E, fazendo atalhos por entre as matas, cortando ou perfurando morros, vinha um grupo de homens chefiado por um senhor de capacete a moda inglesa. A sua aparição pelas vizinhanças das terras ocupadas por aqueles, deixavam os moradores desconfiados, a espreitar a sua maneira de trabalhar e logo que viam continuar o seu destino sem os incomodar, criavam coragem e se arriscavam a perguntar o que estavam plantando. E, a resposta era sempre esta: __ estamos plantando trilhos.
Quer dizer era uma expressão usada entre os construtores de estrada de ferro naquela época aos nossos matutos que desconheciam o grande invento de Jorge Stephenson, a locomotiva, pois foi a resposta do Sr. Antônio Rodolfo Adami, quando de passagem pela fazenda do Sr. Francisco Palma.
O Sr. Adami, de nacionalidade italiana (Arco De Vini, Província de Trento) para aqui veio em 1889 como feitor de turma, na Estrada de Ferro Sapucaí, que foi como se chamou inicialmente a nossa ferrovia. Alcançou a sua construção já bem próxima de nossa vila, no Pouso Dantas (fazenda do Sr. Benedito Rennó) , ali também acampando.
A proporção que atingia uma vila ou cidade construía uma estação para depois ser inaugurada com a chegada de uma locomotiva trazendo uma composição especial e nela altas autoridades, diretores da empresa, engenheiros, etc.
A nossa foi inaugurada em 23 de agosto de 1894, sob o nome de Afonso Pena, em homenagem ao Dr. Afonso Augusto de Moreira Pena que foi Presidente do Estado de Minas de 11 de julho de 1892 a 07 de setembro de 1894, estando presente a sua inauguração o Dr. Engenheiro Passos que mais tarde abria a Avenida Central no Rio de Janeiro e muitos de nossos antigos conterrâneos, calculando-se em mais de cem.
Por algum tempo serviu a residência do Sr. Cândido Carneiro (casa do Co. Adolfo) de escritório de engenharia da estrada, sob a direção do engenheiro Junqueira Ayres, que aqui fez muitas amizades.
Inaugurada em 23 de agosto de 1894, sob o nome de Afonso Pena, em homenagem ao Dr. Afonso Augusto de Moreira Pena que foi Presidente do Estado de Minas de 11 de julho de 1892 a 07 de setembro de 1894, estando presente a sua inauguração o Dr. Engenheiro Passos que mais tarde abria a Avenida Central no Rio de Janeiro.
No dia da inauguração da Estação de Afonso Pena, houve muita festa e segundo consta o Sr. Antônio Moreira da Costa foi o anfitrião ( o que recebe os convidados, o que paga as despesas de uma comezaina), havendo muitos doces e vinhos, sendo também a primeira vez que aqui apareceram as balas de “Ovos de Amêndoas”.
A primitiva estação era toda de madeira, construída em frente a atual, porém do outro lado da linha. O nome Afonso Pena trazia complicações, pois dava-se a impressão de que Santa Rita não era servida por estrada de ferro, e viajantes descuidados passavam pela estação sem descer por não ouvirem o nome de Santa Rita, como ocorreu com o Dr. Teófilo Pereira da Silva que fora nomeado Juiz de Direito desta Comarca e seguiu viagem até Pouso Alegre pois o chefe de trem passou pelo vagão anunciando a estação Afonso Pena.
Por volta de 1920 o nome da estação passou a ser Santa Rita do Sapucaí tendo uma nova construção em alvenaria. É a que temos até hoje, sendo desativada em 1985. Desde sua desativação ela serviu como Centro Cultural, Secretaria da Cultura e abrigo para os moradores de rua. Encontra-se, atualmente, em reformas.