(Por Ideal Vieira)
Não satisfeitos com os nomes que tivera a nossa cidade, como os de Ribeirão do Mosquito, Santa Rita do Mosquito, Santa Rita do Vintém, Santa Rita da Boa Vista e, finalmente, Santa Rita do Sapucaí, os santa-ritenses pensaram – certa vez – em mudar o nome da cidade novamente. Existia certo incômodo de que a estação de trem, denominada “Afonso Pena”, tivesse um nome diferente ao da cidade e achavam “Santa Rita do Sapucaí” um título muito extenso para constar na fachada do prédio.
Na época, como já tinha falecido o doutor Delfim Moreira, pensaram em dar o nome à cidade de “Delfinópolis”, que não foi aceito por já existir uma estação de trem, em Santa Rita de Cássia, com esta denominação.
Chegaram a sugerir o nome de “Delfimairy”, cuja terminação seria uma forma abreviada de “mairreiya” que, em tupi, quer dizer “reunião ou ajuntamento de pessoas”. Não pegou….Mais outros nomes como “Santarritópolis”, “Teópolis” ou “Cristópolis” foram aventados, sem ganhar aceitação.
O jornal “O Correio do Sul” foi arauto da ideia de mudar o nome da cidade, o que não surtiu efeito, ficando o assunto em água morna. Um outro jornal, chamado “Correio”, da Cidade de Campanha”, chegou a comentar esta nossa pretensão. Disse que a sua terra tivera um nome muito maior do que o nosso, “Santo Antonio do Vale da Piedade da Campanha da Princesa da Beira”. E, gracejando, terminava o comentário dizendo que, naquele tempo, ainda se usava envelopes de ofício para remeterem cartões de visitas.
Passaram-se anos e, um dia, retornou a ideia de mudar o nome da cidade para “Ritânia”, que também não pegou. Por fim, para alinhar o nome da estação de trem ao da cidade, acharam mais fácil retirar o “Afonso Pena” e colocar “Santa Rita do Sapucaí” na fachada do prédio. E viva Santa Rita do Sapucaí!
(Correio do Sul, 28 de julho de 1963)
