“Os Jovens cada vez mais Jovens” foi um dos maiores desafios para mim, e um trabalho bem diferente de todos os que já fiz nos últimos 16 anos! Diferente em vários sentidos. Primeiro, por se tratar de um musical autoral, então seria um tiro no escuro, pois não sabíamos se funcionaria, afinal, não havia sido “testado” em lugar algum. Segundo que partimos para um lado simbolista, saindo do óbvio, sem nada de realismo. Todos os elementos cênicos eram símbolos, e a ideia era de cenas rápidas e impactantes, e assim foi.
Com esse trabalho, aprendi a trabalhar em tempo recorde, pois tivemos pouquíssimo tempo para a construção das cenas e, enquanto diretor e autor, optei por trabalhar com elenco reduzido, justamente pelo pouco tempo que teríamos. Pessoalmente, aprendi muito mais. Aprendi a valorizar pequenas coisas, aprendi o que realmente levamos dessa vida.
Umas das cenas, em especial, foi uma das mais importantes que já fiz até hoje e, de uma forma muito pessoal, construí aquele personagem! Não fugiu muito da minha história, da minha relação com meu pai, do meu querer artístico, da ausência da minha família em meus trabalhos, etc. O suicídio em cena simbolizou muito mais do que aquilo que viram no palco. Eu precisava matar todos esses sentimentos que carregava dentro de mim. Por sorte, eu tenho uma profissão que me permita isso!