Um depoimento sobre o incêndio no cinema, em 1940

O Cine-Theatro Santa Rita.

Muito foi falado sobre os incêndios que tomaram conta dos dois cinemas locais, quase na mesma época. Enquanto alguns dizem que foi acidente, conspirações apontam para sabotagens a fim de acabar com a diversão, naquele início de anos 1940. Tivemos acesso ao “Termo de Declarações” da polícia e, através dele, conseguimos entender o que aconteceu realmente. Veja, abaixo, um testemunho de José Teles Pereira, ao doutor José Junqueira:

“Polícia de Minas Gerais
Termo de Declarações.
Aos 12 dias do mês de março de mil novecentos e quarenta, na cidade de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, achava-se na delegacia o Dr. José Junqueira, delegado de polícia, comigo, escrivão, e aí compareceu José Teles Pereira, com 31 anos de idade, de cor branca, casado, radio-técnico, filho de Artur Maurício Pereira e de Albertina Marques Teles. Sabendo ler e escrever, ele declarou o seguinte: que no dia do corrente, o declarante, que é operador do “Cine para todos”, nesta cidade, estava exibindo o filme “Queda da Bastilha” quando, em dado momento, a película, em uma emenda forçada, partiu-se e uma das pontas introduziu por dentro da lanterna e foi de encontro ao Arco Voltaico, incendiando-se. O declarante tentou dizimar o fogo, mas não houve tempo. Incendiou-se, pelo menos, treze partes da fita, sendo: três do filme que era exibido no momento e sete partes de uma outra fita que também se encontrava dentro da cabine, intitulada “Casamos ou não casamos?”. Também queimaram duas partes da série “Aranha Negra” e um jornal nacional D.F.B.. Nada mais foi dito pelo declarante. Lido e achado conforme assina esta, eu, Joaquim de Souza, escrivão, escrevi, digo, datilografei.

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