De quatro em quatro anos o mundo se alvoroça. Os países agigantam-se com a disputa da Copa do Mundo e tornam-se rivais. “Meu time é melhor do que o seu!” É sempre assim…
Em 1970, o meu filho, Daniel, de 9 anos, já era um torcedor fanático do Brasil mas, no meio do ano, viu a sua saúde decair.
E lá se foram, mãe e filho, à cata de cura, mundo afora. Entreguei os dois outros filhos aos cuidados de santas empregadas e peguei o rumo… São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Busquei médicos e curadores e nada produzia efeito.
Acabou que, naquele ano de Copa do Mundo, o México calhou de ser, também, o maior campo hematológico do mundo. Através de contatos médicos, surgia uma esperança: havia um remédio chamado Becorel, produzido pelo então país-sede da Copa, que poderia curar a doença do meu filho!
Apelei para o meu primo, Carlito Maia, famoso nos meios jornalísticos, que conseguiu ajuda através da Seleção Brasileira!
Em poucos dias, aqui estava a medicação, com votos de restabelecimento do técnico Zagallo, do goleiro Félix, do Pelé, do Tostão, do Rivelino e de tantos outros!
A anemia aplástica, entretanto, não deixou Daniel assistir aos jogos da Terra e ele faleceu no dia em que chegava outra remessa do medicamento.
E eu descobri, com a Copa do Mundo de 1970, a irmandade dos jogadores do Tri, através da solidariedade a um menino desconhecido para eles que, lá do céu, abençoou a todos e à mãe guarda, com imensa gratidão em sua alma.