Jorge Barros torna-se um reconhecido chef no Rio de Janeiro e conta a sua trajetória

Como foi a sua saída de Santa Rita do Sapucaí?

Eu saí de Santa Rita do Sapucaí por volta de 1996, fui morar em São Paulo e comecei, por acaso a trabalhar com telecomunicações. Comecei a costurar esse caminho e entrei para o setor de TI (Tecnologia da Informação). Permaneci, mais ou menos, uns quinze anos nesse segmento, entre São Paulo e Rio de Janeiro.

De onde vem essa sua paixão pela gastronomia?

Eu sempre gostei muito de cozinhar. A minha mãe, conhecida como Dirce do Oscar, já cozinhava para a Casa Paroquial, durante as festas que aconteciam na cidade e para algumas residências. Por muitos anos, ela atuou nas festas de Santa Rita, São Benedito e outras. Era uma cozinheira de mão cheia e eu herdei a sua vocação. No tempo em que morei sozinho, sempre gostei muito de cozinhar e tal paixão casou com a vontade que eu tinha de largar a TI e partir para outra. Estava cansado das viagens, dos treinamentos e da vida estressante que levava. Chegou um momento em que parei com tudo e decidi estudar gastronomia.

Como foi essa transição?

Eu fiz uma faculdade aqui no Rio de Janeiro e, quando me formei, já estava trabalhando. Fazia eventos corporativos e particulares como personal chef. Em dado momento, fui fazer trabalhar em uma rede de restaurantes e, por acaso, a comida que eles serviam era a mineira. Foi onde eu me eu decidi me especializar. Para mim, a culinária mineira é uma das melhores, sempre gostei, e comecei a aprimorar os meus conhecimentos.

Como surgiu o Contemporâneo Lapa?

Eu tinha acabado de conhecer o Almir, que é o meu companheiro, estávamos indo morar juntos e decidimos abrir o nosso próprio restaurante. Foi aí que nós criamos o contemporâneo Lapa. Para começar, alugar um espaço com 40 metros quadrados, nossa intenção era preparar comidas para serem levadas para casa, mas abrimos em um período de carnaval e deu certo logo de cara! A proposta evoluiu para um bistrô, em um espaço bem maior!

Conte-nos sobre decoração do ambiente

Naquele início, tínhamos uma parede com poucos adornos, queríamos decorar um pouco melhor o espaço e eu trouxe dois quadros da Frida Khalo que eu tinha em casa. Nós percebemos que muita gente começou a fazer self com as reproduções ao fundo e decidimos criar um ambiente com temática que remetia à artista mexicana. Como a ideia deu certo, contratamos um artista plástico para fazer um trabalho pra gente, aplicamos poemas, uma seleção de bonequinhas e a referência foi ficando cada vez mais forte. Hoje, as maiores referências do nosso restaurante são a comida contemporânea e, também, a Frida Khalo.

Além da culinária, o que mais as pessoas buscam?

É um ambiente onde as pessoas conversam poesia, política, escutam um som ao vivo e vêm para conviver com outras pessoas e relaxar. É legar estar lá, trocar experiências, comemorar aniversários, paquerar… é um espaço bem bacana!

Já aconteceu de algum santa-ritense aparecer por lá espontaneamente?

Várias pessoas de Santa Rita do Sapucaí já vieram aqui! Até oferecemos um drink quando alguém diz que é da cidade! Recentemente, tivemos a visita de um santa-ritense chamado Fernando, que é médico e muito amigo de uma deputada estadual maravilhosa que nós temos! O Fred, que também tinha um restaurante em Santa Rita veio nos visitar algumas vezes. Sempre tem uma galera que me conhece e que passa por aqui!

Conte-nos sobre o pratos!

Temos uma pegada bem mineira! O feijão tropeiro nós chamamos de Mineirinho. Temos torresmo, bolinho de feijoada, bolinho de tropeiro, vaca atolada, feijoada nos finais de semana e muitos outros pratos! Cheguei a fazer Pão Cheio aqui e fez o maior sucesso! Um dos pratos que fizemos no concurso “Comidas de Boteco” foi inspirado em Santa Rita! Em nossa primeira participação, o tema era raízes. Devíamos fazer uma reflexão sobre as raízes do estabelecimento, da nossa culinária e de nós mesmos! Como a base do prato também era a raiz, criamos um prato feito com batata roxa, em referência aos doces de batata roxa que eu só encontrei em Santa Rita! O nome que demos foi “Ajeitadinho, não me calo” por ser um escondidinho enformado. A cor roxa também remete às cores de Frida, que é muito forte, o que casou bem com a proposta!

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