O cronista Ideal Vieira, em um texto de 9 de dezembro de 1962, relatou: “Nossa primitiva Capela, com o correr dos tempos, para poder abrigar o povo, teve que passar por várias reformas. Vemos através de fotos da época, até 1906, um casarão de um só corpo, encimado por uma cruz de ferro e um galo que rodopiava à mercê do vento, indicando a sua direção. Em 1907, aparece com a sua torre, mais tarde modernizada.”
Um documento inédito, encontrado sob uma pedra na Matriz, traz informações importantes sobre a história da nossa cidade. Datado do início do século XX, relata as obras para construção da igreja e nos ajuda a conhecer a evolução da cidade. Leia o texto na íntegra:
“Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Foi começada a reconstrução interna desta Matriz, no ano de 1904, aos 18 de julho, sob a direção do Revmo. Pe. Carlos Luiz de Cerqueira, que era então Vigário desta paróquia.
Em Outubro de 1905, deixava a vigariaria e veio substituí-lo o Revmo. Sr. Monsenhor Jerônimo Marty, de saudosa existência, sendo nomeada uma comissão pelo Exmo. Sr. Bispo Diocesano, D. João Baptista Corrêa Nery, para continuação das respectivas obras. Esta comissão foi composta pelos Srs. Revmo. Monsenhor Jerônimo Marty, Presidente; José Luiz de Souza Menezes, Vice-Presidente; Sebastião Theodoro de Souza, Tesoureiro; José Carlos de Oliveira Castello, Secretário; Arnaldo Chaves, Antônio Pinto Vilella, Teóphilo de Andrade Ribeiro e Pedro Ribeiro de Carvalho. Foi mestre, desde o começo das obras de carpintaria e escultura, João Pinheiro de Oliveira Pires, casado, com quarenta e três anos de idade, natural de Taubaté, Estado de São Paulo, sendo ele mesmo autor do projeto. Trabalharam mais os seguintes oficiais de carpinteiro: Ignácio Lima de Loyola, Antônio de Souza, Virgílio Bueno, Thomaz Martins, Antônio Vilella, João Vilella, Herculano Neves, Sarjob Neves, Higino Baptista, Belchior Lagos, Alberto Besoni e José Caetano Cézar Pinheiro. Este, rapaz de dezoito anos, filho do mestre, distinguiu-se pela sua habilidade em escultura. Quem escreve estas linhas dá graças a Santa Rita de ter-lhe esclarecido a memória de projetar e executar um santuário, não esses primores da corte, mas ao menos acompanhando os grandes artistas, fazendo uma obra decente, onde a milagrosa Santa possa ser adorada e glorificada por muitos anos. Dando graças a Deus, subscrevo-me confessando seu filho, João Pinheiro de Oliveira Pires. L.S.N.[S.]J.C. Quem isto achar, rogue a Deus por mim. Santa Rita do Sapucahy, 7 de Janeiro de 1907.”