A descoberta de Marlene do Sedinha

(Por Marlene Dias Carneiro)

Sem nenhum compromisso, resolvi dar uma volta pela cidade. Ao passar pelo bairro Fernandes, vi sendo colocado, em um consultório de uma médica amiga, uma faixa: “Mamografia”. Parei e perguntei: “Quer estrear comigo?”

Entrei e me submeti ao mamógrafo. Levei o resultado ao médico para pegar o meu cartão e ele confirmou que estava tudo bem. Segui para casa e liguei para outra médica, desta vez de Pouso Alegre. Marquei a consulta e, na data agendada, segui para lá. Fui submetida a outra mamografia, ouvi novamente que estava tudo bem, mas pedi que fizessem uma punção no seio. O médico ficou assustado com o pedido, mas respondi: “Não tenho direito?” Ele, então, enfiou uma agulha de 20 centímetros no meu seio, colocou o material extraído em um vidrinho e disse que faria outra punção. No final, me entregou aqueles dois recipientes e pediu para que enviasse ao patologista. Pedi urgência para que me fornecessem os resultados e vi o diagnóstico, no dia seguinte: estava com câncer.

Liguei para o médico e ele me encaminhou para Campinas. Marquei para o dia seguinte, devido à urgência, e fui com o meu filho, José Alfredo. No atendimento, soube que era um enorme nódulo e que seria preciso ser submetida à quimioterapia, devido ao tamanho nodular, para que fosse reduzido.

Ao regressarmos com as notícias, liguei para o meu irmão. De Brasília, Carlos Magno disse que, no dia seguinte, marcaria uma consulta com o maior médico do Brasil. Doutor José Aristodemo Pinotti me receberia em São Paulo, às nove horas. Apesar da minha resistência, fui.

A equipe do afamado doutor me recebeu para uma conversa. Fui, em seguida, avaliada e, seguidamente, examinaram a minha barriga. Naquele consultório, avaliaram os meus exames e agendaram uma data para a cirurgia. Resolvi intervir e disse: “Professor Pinotti, é uma honra ser examinada pelo senhor, mas há um equívoco. Eu não vou operar com o senhor. “Por que, não?” – ele quis saber. E lhe respondi que não tinha condições financeiras para isso. “E quem disse que eu vou cobrar?” – ele devolveu. Tomei um susto! Então vamos lá! Dois dias depois, estava de volta, acompanhada dos meus irmãos, Carlos Magno e Marly, e do meu filho, José Alfredo.

Eu saí do quarto às sete horas da manhã e retornei às quatro da tarde. Marly levantou o lençol e disse: “Que seios lindos!”. E o doutor Pinotti brincou: “Pode até usar biquíni!”.

Louvado seja Deus por tão grande milagre, resultado das intuições que Ele nos dá e que, tantas vezes, não prestamos atenção. Obrigada, pai!

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