Poderia nos contar um pouco sobre as ações da sua pasta?
O prefeito Leandro Mendes tem estado muito atento às questões sociais e comprometido em garantir um serviço de excelência à comunidade. Ele deposita uma grande confiança em nossa equipe e tem estado à disposição para apoiar os desafios da nossa pasta. Esta postura facilita muito o nosso trabalho e demonstra que a administração está alinhada com as demandas da população. Este tem sido um ano intenso e muito enriquecedor. Após 20 anos de atuação na Secretaria de Educação, assumi o desafio de liderar a Secretaria de Desenvolvimento Social, onde encontrei inúmeros projetos em andamento — cada um deles fundamental para o amparo e fortalecimento da nossa rede de proteção social.
Entre esses projetos estão o CRAS, que atua como porta de entrada da Assistência Social, e o CASI, seu desdobramento voltado ao atendimento socioinfantil. O CREAS também desempenha papel essencial ao oferecer suporte especializado a pessoas que sofreram violência ou tiveram seus direitos violados — mulheres, crianças, idosos e até pessoas em situação de rua. Além disso, o CREAS acompanha casos de alta complexidade na Casa da Criança.
Outro trabalho importante é a Lavanderia Comunitária, um espaço que promove autonomia e dignidade. Ali, lavadeiras autônomas administram suas próprias carteiras de clientes, fortalecendo o vínculo comunitário e garantindo renda em um ambiente seguro e acolhedor.
Que tipo de casos são atendidos pela Casa da Criança?
Atendemos crianças que estão temporariamente afastadas do convívio familiar por falta de amparo ou por ordem judicial. Nosso objetivo é oferecer proteção, cuidado e apoio no processo de reintegração familiar, sempre que possível.
Quais Conselhos atuam junto à sua secretaria?
Temos uma rede de conselhos que fortalecem o diálogo e a participação social. Temos o Conselho Tutelar, Conselho da Criança e do Adolescente, COMAD (Combate às Drogas), Conselho da Mulher, Conselho do Idoso, Conselho da Igualdade Racial e Conselho de Segurança Alimentar. Os dois últimos foram criados este ano e já estão em fase de implantação. Além disso, há um novo conselho voltado às pessoas com deficiência aguardando aprovação na Câmara Municipal.
Qual é o objetivo desses conselhos?
A criação desses conselhos é fundamental para garantir que diferentes segmentos da população tenham voz, representatividade e participação ativa nas políticas públicas. São espaços democráticos de escuta, diálogo e colaboração.
Vocês trabalham com organizações da sociedade civil locais?
Sim, mantemos uma parceria sólida com diversas organizações, como o Asilo, Projeto Semente, Casa do Caminho, Garotos da Vila, Casa de Vítor, Casa Emanuel, APAE, Hípica, Educa Ginga e Projeto Incluir. Mais do que apoiar instituições, buscamos atuar com sensibilidade, acolhimento e responsabilidade, chegando a quem mais precisa de proteção e cuidado.
A escuta é muito importante neste trabalho, não é?!
Sem dúvida. Nosso trabalho começa pela escuta atenta e humanizada. Precisamos compreender as necessidades de cada pessoa e oferecer, não apenas orientações, mas soluções reais. Em muitos casos de violência, por exemplo, é essencial identificar, não só as demandas físicas, mas também o sofrimento psicológico. Temos observado um aumento significativo de casos de violência patrimonial, que ocorre quando alguém controla, retém ou destrói bens, documentos ou recursos financeiros da vítima para limitar sua autonomia. É uma violência silenciosa, porém devastadora, e que exige atenção especializada.
A sua secretaria atua junto a outras secretarias?
Sim, constantemente. Em casos de violência doméstica, por exemplo, trabalhamos em conjunto com a Secretaria de Saúde e a Secretaria Municipal de Segurança Pública. O Conselho Tutelar mantém diálogo permanente com a Secretaria de Educação, especialmente em situações de defasagem escolar.
Um destaque recente é a criação do Programa Abraçar, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. Ele surgiu de uma demanda observada na Casa da Criança e tem como objetivo promover autonomia responsável e inserção no mercado de trabalho. O programa também oferece capacitação para aposentados que desejam voltar a trabalhar, mulheres em situação de vulnerabilidade e pessoas com deficiência.
Há outros projetos em andamento?
Sim. Estamos reestruturando o CASI, com novas parcerias para ofertar cursos de robótica. O CREAS foi transferido para a Avenida Antônio Paulino e agora conta com escuta especializada para crianças e adolescentes vítimas de violência.
Também ampliamos os investimentos na Lavanderia Comunitária, um espaço tradicional criado na década de 1990. Muitas mulheres atuam ali há mais de 30 anos. Para valorizar esse trabalho, estamos oferecendo workshops de reciclagem e aprimoramento profissional em parceria com entidades reconhecidas.
Além disso, seguimos fortalecendo projetos como o Ponto de Apoio do CadÚnico, o CRAS Volante e a Casa de Passagem Feminina, ampliando o acesso da população aos serviços socioassistenciais.
Há muitos casos de violência em nossa cidade?
Infelizmente, sim. E é importante destacar que muitas vítimas estão se sentindo mais encorajadas a denunciar, graças à ampliação dos nossos canais de suporte. O aumento das notificações está diretamente relacionado ao fortalecimento da rede de proteção, divulgação dos serviços e orientação da população.
Canais como o Ligue 180, para denúncias de violência contra a mulher, e o Disque 100, para violações de direitos humanos, têm sido fundamentais nesse processo de enfrentamento.
