Santa Rita do Sapucaí, 7 de setembro de 1932 — Em tempos atuais, seria absolutamente inconcebível imaginar uma escola arrecadando cigarros para doar a hospitais. No entanto, há menos de um século, ele era considerado um item de conforto — até mesmo para convalescentes.
É nesse contexto que se insere uma curiosa e emblemática ação realizada durante a Revolução Constitucionalista de 1932, em Santa Rita do Sapucaí (MG). Na ocasião, a diretora substituta do Grupo Escolar “Dr. Delfim Moreira” organizou um festival beneficente com o objetivo de colaborar com os soldados feridos que combatiam pela causa constitucionalista.
Com a participação ativa das alunas da Escola Normal, o evento mobilizou a comunidade e resultou na arrecadação de diversos itens considerados essenciais à época. Entre os donativos, destacam-se:
- 3.000 cigarros Yolanda
- 150 caixas de fósforo
- 12 quilos de bolachas
- 50 latas de marmelada
- 8 quilos de doces secos
- Grande quantidade de biscoitos
O material arrecadado seria encaminhado, por uma comissão de educadores, aos soldados feridos hospitalizados na cidade de Ouro Fino.
A diretora do grupo escolar agradeceu publicamente a todos que colaboraram para o sucesso do evento, destacando o gesto como uma demonstração de civismo e solidariedade em tempos de conflito.
O caso ilustra como os costumes e valores da sociedade evoluem com o tempo. Aquilo que antes era visto como gesto de cuidado, hoje seria motivo de perplexidade — especialmente em ambientes escolares e hospitalares.