Um papo literário com o professor e escritor, José Geraldo

Poderia nos contar sobre o seu trabalho como autor?

Este é o meu terceiro livro que estou publicando. O primeiro foi um trabalho mais intimista, onde contei passagens da minha vida. Arrisquei um segundo livro com contos sobre pessoas anônimas que fazem o bem sem que ninguém fique sabendo e que transformam algumas vidas. Para este terceiro trabalho, eu já vinha pensando sobre o que escrever e reuni alguns fatos e situações que presenciei ao longo da minha vida acadêmica. Algumas destas situações, bastante dramáticas diga-se de passagem, acabaram passando despercebidas pela instituição por terem acontecido em um ambiente coletivo, com muita gente e muitos problemas cotidianos, mas achei que seria interessante deixá-las registradas. Acredito que algumas pessoas irão ler o livro e me perguntar se aquelas passagens realmente aconteceram, mas são todas reais.

Qual é o nome do seu novo livro?

Este novo trabalho chama-se “Mosaico: uma história de vidas” e é formado por vários fatos e situações reais, com personagens e contextos alterados para preservar as pessoas. Minha intenção foi criar uma história protagonizada por um personagem que representa muitas pessoas da vida real. Narro situações que representam várias outras. Muitas ficaram de fora, mas a trama talvez dado origem a um romance com começo, meio e fim.

Qual foi a sua motivação ao produzir este novo trabalho?

A minha intenção ao produzir este livro era mostrar a travessia penosa, mas muito valiosa, de jovens que passaram pela instituição. Apesar das dificuldades, ainda reencontro meus antigos alunos e percebo que a experiência valeu a pena. O esforço deles e o apoio das pessoas que estavam ao redor foram fundamentais e procurei retratar algumas dessas situações. Através desse mosaico de histórias, quis mostrar como acontece a passagem da adolescência para a vida adulta, em um ambiente universitário. Um local repleto de experiências, dificuldades e exigências que transformam as pessoas.

Como começou a sua vocação para a escrita?

Eu tenho uma formação que me levou a escrever. A minha formação fundamental inicial tinha acontecido em Natércia e depois fui para o Seminário. Eu acreditava ter uma vocação religiosa e segui naquele caminho. Naquele colégio, precisei exercitar muito a minha disciplina. Tinha horário de estudos, de alimentação, de praticar esportes e tudo com muita vigilância. Nós éramos muito desafiados a escrever e a falar e tínhamos uma atividade, aos sábados, onde entrávamos em um auditório e era sorteado um tema para um aluno falar de improviso. Isso acabava com a vida da gente, gerava muita preocupação, mas ganhei gosto pelo registro e pela escrita. No decorrer da vida, mantive o hábito e procurei sempre escrever, mandava artigos para jornal e evoluí quando entrei para o mundo acadêmico. Passei a escrever artigos, dissertações de mestrado e doutorado e cheguei a escrever um livro de física que não foi publicado.

O que o levou a começar a publicar os seus textos?

O interesse por publicar estes textos só surgiu quando me desobriguei um pouco das minhas responsabilidades profissionais. Eu passei a olhar um pouco mais sobre o que tinha escrito, reuni alguns textos e resolvi publicar alguns trabalhos. Meu primeiro livro foi publicado por insistência das minhas filhas. Gostei da experiência, produzi o segundo e, agora, o terceiro.

Como é o seu processo criativo?

Eu crio, antes, na minha cabeça. Muitas vezes, monto a história toda antes de colocar as ideias no papel. Se ainda não estiver satisfeito com a história, não começo a produzir. Escrevo tudo a mão. Para mim precisa ser tudo na folha de papel almaço. A criação precisa sair pela ponta da caneta para, só depois, ser digitada no computador.

O senhor é um bom leitor?

Nesse percurso que percorri, desde o ensino fundamental, sempre li muito. Eu sempre estou lendo dois ou três livros e gosto bastante porque a leitura ajuda muito, abre a cabeça e nos dá perspectivas.

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