(Cônego Carvalhinho)
Dia 22 de maio de 1825, uma quinta-feira de semana comum. No Ribeirão do Mosquito (fazenda da viúva Janubeba Martins da Fonseca) realizava-se a primeira Festa de Santa Rita. Nesse dia, a imagenzinha da Santa, a mesma que fora trazida de Portugal em um saco de alinhage, deixava em procissão pomposa a residência dos Fonseca, na fazenda da Banqueta do Mosquito, para ser entronizada na capela que Janubeba construíra e que, naquele dia, com a presença do Vigário de Santa Catarina (atual Natércia), o Revdo. Padre Mariano Acioli de Albuquerque seria por ele benta e inaugurada na Santa Missa, ali celebrada.
A procissão que saiu do solar dos Fonseca, às 11 horas, só chegou à capela ao meio dia. Todos os que vieram de longe se unir à pequena população do Mosquito, a fim de homenagear a grandiosa padroeira do lugar, faziam a imagem parar, beijavam-na oferecendo os seus patacões e vinténs, além do que doavam em mantimentos, espécies e vivos para o leilão , que se realizaria após as bênçãos da igreja.
Era, pois, a grande manifestação de amor e confiança na Santa dos Impossíveis que, daquela hora em diante, iniciava uma chuva perene de graças e bênçãos aos que ali viessem suplicar-lhe qualquer favor do céu. E o Padre Acioli assim falou ao povo:
– Irmãos diletíssimos, hoje a glória de Santa Rita está sendo promovida com muito afeto pelos seus novos devotos deste sertão. Bem que o nome deste aprazível lugar, com a presença milagrosa da Imagem de Santa Rita dos Impossíveis, poderia ser outro que não Mosquito.
Naquele dia, pois, com a bênção da capela, nascia o arraial de Santa Rita do Mosquito, que depois seria da BoaV ista, do Vintém e, finalmente, do Sapucaí.
O primeiro historiador de Santa Rita, o que se depreende do Livro de Tombos de Santa Catarina, foi o Padre Mariano Acioli de Albuquerque (1826), que ali consignou: “Tal denominação, Santa Rita do Mosquito, nada tinha de oficial. Era, simplesmente, adotada pelo povo.”