Asseveram os mais antigos que, no local onde hoje está a ponte de cimento armado existiu, no começo de nossa história, uma ponte de madeira. Ignora-se quem tenha sido o seu construtor, mas tudo nos leva a crer que tenha sido o Capitão João Antônio Dias, pelos conhecimentos militares que tinha. Dizem também que ela era utilizada para baldear pedras para a construção de nossa capela. Ela durou até, mais ou menos 1875, quando foi destruída por uma enchente e falta de conservação.

Com a expansão da cidade, margeando o Sapucaí, rio abaixo, foi construída pelo Sr. Joaquim (ou José) dos Santos a nossa segunda ponte, também de madeira e coberta de zinco. Este senhor colocou no centro da ponte uma porteira e cobrava de passagem a importância de Rs$100 para pedestres e Rs$200 para os cavalos e viaturas. O mais interessante é que esta porteira era, naquele tempo, a linha divisória com o município de Paraisópolis. Os valentões da época, quando cometiam crimes do lado de cá, corriam para o outro lado da ponte, ficando a salvo das autoridades. Esta ponte durou um bom tempo e, com a enchente do ano de 1906, sofreu uma avaria, fazendo-se uma passagem provisória mais acima, para facilitar o seu conserto.

Com Delfim Moreira no governo do Estado, ordenou a dotação de uma ponte metálica para Santa Rita. Ele encontrou dificuldades na importação da ferragem, uma vez que o período era de guerra. Em conversa, num Café do Rio de Janeiro, o Senador Cupertino informou ao Dr. Leopoldo de Luna da existência de uma ponte que havia sido abandonada às margens do Rio Casca. Conta Leopoldo de Luna: “Cupertino me contou que seu sogro foi o encarregado das providências para o transporte da ponte na estação da Leopoldina, onde foi embarcada. Gastou quinze dias na ope-ração, em carros de boi. Interessante como, de uma prosa corriqueira, na mesa de um bar, surgiu esta ponte que tão bons serviços prestou à nossa terra.” Dr. Delfim Moreira não chegou a assistir à sua inauguração. Quando faleceu, ela ainda não estava terminada.

A quarta ponte é a de cimento armado, construída no governo do Dr. Milton Campos, financiada pelo Cel. Francisco Moreira da Costa e inaugurada em 1954.

No dia 27 de Setembro de 1981, aconteceu um dos capítulos mais trágicos da história de Santa Rita. Durante uma cerimônia de batismo realizada pelos fiéis da igreja Assembleia de Deus, realizada às margens do rio, a velha ponte não suportou a grande massa de pessoas que haviam tomado a sua extensão para assistir à cerimônia e ruiu. A ponte já havia sofrido avarias alguns anos antes, quando não suportou o peso de uma máquina e quase partiu ao meio.

(Retirado das crônicas de Ideal Vieira)

Veja, através de um texto de “Santa Rita Jornal”, como aconteceu a tragédia de 1981:

“Nossa cidade viveu momentos de tensão e desespero na tarde do dia 27 de Setembro, quando a ponte metálica desabou arrastando centenas de pessoas que ali se aglomeravam. A igreja Assembleia de Deus realizava nas águas do Sapucaí o seu tradicional batismo, que atraiu para o local uma verdadeira multidão, entre fiéis e curiosos. A ponte, como toda a cidade sabia, estava interditada, com a estrutura abalada na metade esquerda do rio, e não suportou o peso da massa humana que se postou em busca de uma visão melhor da cerimônia. Quando do desabamento, ocorreram cenas de horror e heroísmo, com pessoas gritando apavoradas, correntes que prendiam canoas arrebentadas a tiros e o trabalho rápido e eficiente dos canoeiros e da polícia, retirando das águas um grande número de acidentados. No balanço final, mais de quarenta feridos e, infelizmente, cinco vítimas fatais. A cidade ficou triste e de luto.”

Anos depois, foi construída uma nova ponte no mesmo lugar. A velha ponte metálica, em que o famoso Dito Cutuba subia em suas colunas e pulava com a duas mãos amar-radas para agradar aos amigos, foi substituída pela “Ponte José Neves” e inaugurada em 1985.

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  • Gostaria de encaminhar alguma s fotos da década de 1910-20 . Sou filho de Olavo Carneiro Pinto e neto de Mizael Augusto Pinto, sobrinho de Adelino Carneiro Pinto, de Maria Carneiro Pinto, Isaura Carneiro Pinto.

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