Artista conta como seus pais (Carlinhos do Ítalo e Alaíde) e seu marido (Leandro), influenciaram sua carreira
Como surgiu sua paixão pela música?
O meu gosto pela música vem desde a infância. Meu avô materno já gostava de cantar e atuava na banda do Maestro João de Abreu. Minha mãe também sempre cantou bem, conheceu meu pai, que também era músico e tocava vários instrumentos como piano e flauta transversa, tendo sido criado por pessoas que também gostavam de música… então eu cresci vendo toda esta vivência musical. A minha irmã mais velha chegou a fazer conservatório, tocava violão e cantava muito bem, tendo se apresentado em barzinhos por um bom tempo. Tudo isso me influenciou a seguir este caminho.
Quando você percebeu que poderia se profissionalizar?
Toda esta vivência me fez apaixonar por música, apaixonar pela forma como os meus familiares se apresentavam, eu cantava em casa muita música brasileira, mas nunca imaginei cantar profissionalmente. Eu jamais me imaginei cantora, até o momento em que conheci o meu marido, Leandro, que despertou este meu lado artístico. Ele já fazia barzinho, já tocava na noite, fazia dupla com outros músicos e eu o acompanhava. Um dia, cheguei pra ele e disse: “Eu acho que eu posso cantar com você.” Nós queríamos conquistar outras coisas e eu pensei na oportunidade como uma outra fonte de renda. Ele não imaginou que eu tinha este dom, mas apostou em mim. Eu pesquisei algumas músicas, a gente ensaiou e a gente se apresentou.
Como foi a sua primeira apresentação?
Minha primeira apresentação foi em 2011 e não foi nada fácil. Achei muito difícil, pensei em desistir, não me sentia capaz, mas persisti e, aos poucos, fui me descobrindo como artista. Toda esta história me mostra que ainda existe muita coisa ainda para eu me conhecer. Passei por diversos estilos, toquei em festas, eventos, mas comecei a buscar o caminho, o meu estilo e algo que tocasse a minha alma. Enquanto eu levava a música de uma maneira somente profissional ainda foi muito sacrificante. Eu trabalhava em outro emprego e fazia as duas coisas…

E como foi esta virada de chave?
Foi em 2017, quando participei do meu primeiro evento no movimento “Cidade Criativa, Cidade Feliz”. Nós montamos um projeto sobre o “Samba, MPB e Bossa Nova” para apresentarmos no Teatro Inatel, e aquilo foi para mim uma emoção muito grande! Foi bem no ano em que eu havia perdido o meu pai e o Leandro havia perdido o dele, e aquilo nos serviu como incentivo. Foi algo muito especial por ter acontecido perto do Dia dos Pais. Quando vi todas aquelas pessoas gostando, aplaudindo e elogiando, percebi que era aquele caminho que eu queria seguir na minha vida. Era aquilo que eu queria realmente fazer! E comecei a busca por me encontrar, cada vez mais, na área musical.
E você passou a viver somente da música?
No final de 2019, eu saí do meu emprego e decidi me dedicar somente às áreas artística e musical. Quase em seguida, veio a pandemia desafiar a gente. Fiquei em casa por vários meses e foi bom para eu colocar a minha cabeça no lugar e me encontrar. Foi um grande desafio, já que estávamos fazendo muitas apresentações em casamentos e eu estava começando a cantar estilos, não somente nacionais, como também internacionais.
O seu marido, Leandro, influenciou muito a sua carreira?
Ele foi um grande propulsor na minha carreira musical. Nós caminhamos hoje e realizamos tudo em conjunto. Nada impede que tenhamos projetos separados, mas trabalhar ao seu lado é muito gratificante. Atualmente, nós dois temos alguns projetos particulares, o Leandro também tem atuado como educador e eu espero também encontrar outras vertentes dentro da minha carreira, sem ficarmos limitados a um único modelo.
Você lembra de alguma passagem curiosa?
Estas situações costumam acontecer no início da carreira e foi assim comigo também! É sempre muito difícil e é preciso muita garra para continuar. Lembro que o meu bloqueio era tão grande, eu era tão tímida, que não queria falar nada com as pessoas! Eu queria chegar ao local, cantar e ir embora, como se fosse um radinho! Aos poucos, eu fui me desenvolvendo…

O seu pai chegou a vê-la se apresentando?
Muito pouco! Quando eu comecei a cantar ele ficou bem surpreso porque a artista da casa era a minha irmã. Acho que ele nunca esperava que eu fosse cantar. Na época, nem era muito o estilo que ele mais gostava, já que eu seguia mais pelo estilo popular. Lembro que, no meu casamento, ele estava pronto para entrar de mãos dadas comigo, quando eu, vestida de noiva, peguei o microfone e disse a ele que iria entrar cantando. Ele tomou um susto! “Você vai cantar???” Daí eu entrei cantando na igreja e ele ficou muito emocionado!
Como você tem feito para se reinventar nestes tempos de pandemia?
Está complicado, mas não posso reclamar… é claro que mudou tudo na minha vida, diminuíram muito os trabalhos, mas eu arrumei um trabalho provisório que tem permitido me manter nestes tempos. Eu tive que deixar de lado o meu foco por um momento, procurei uma outra fonte de renda, mas nada que me impeça de continuar com a música. Mesmo com a pandemia, surgiram alguns casamentos, apesar da parte de entretenimento, eventos e barzinhos estar horrível. O que nos ajudou bastante foram estes editais… eles deram um respiro e uma esperança de poder continuar crescendo em nossa profissão.