Prefeito Wander Wilson Chaves faz um balanço de seu governo

    O senhor chega à etapa final do seu mandato com muitas obras e projetos. A que o senhor credita este rendimento tão considerável?

    Eu manifesto a minha gratidão aos servidores públicos. Eles são verdadeiros guerreiros que não mediram esforços para trabalhar em prol de um projeto de desenvolvimento econômico e social no município. Também agradeço a toda a comunidade santa-ritense pelo apoio e confiança creditados em nosso trabalho. Não poderia me esquecer da Câmara Municipal que apresentou projetos e cumpriu o seu papel de uma forma democrática e capaz de nos levar ao desenvolvimento econômico, de forma substancial.

    O senhor viveu grandes desafios nestes últimos anos, não é?!

    Nós vivemos dois períodos muito críticos nestes últimos tempos. O primeiro foi o vendaval que destruiu lavouras, casas e instituições, causou mortes e que foi um evento muito trágico para a nossa comunidade. Em seguida, vivemos uma pandemia que talvez tenha sido o maior problema sanitário que a humanidade vivenciou no último século. Tudo isso exigiu um comprometimento e uma responsabilidade muito grande da nossa parte. A pandemia trouxe impactos significativos para o país e, em Santa Rita do Sapucaí, não foi diferente.

    Mesmo com estes desafios os resultados foram muito positivos…

    Apesar de todas as dificuldades que encontramos, conseguimos finalizar o mandato com 100 milhões de Reais em obras. O município experimentou, nos últimos anos, um valor de investimento em obras nunca visto em épocas anteriores. Nosso resultado foi significativo e isso se deveu às parcerias que fizemos ao longo de todo este processo. Faço uma menção especial ao deputado Bilac Pinto e, mais recentemente, ao deputado Rafael Simões pelo apoio. Abro um parêntese para lembrar que o deputado Bilac Pinto possui serviços prestados a Santa Rita do Sapucaí que, se reconhecêssemos todos os dias, ainda não seria o suficiente. Ele sempre teve uma participação muito importante na gestão na qual eu fui prefeito e, por este motivo, demonstro uma grande gratidão a ele, em nome da população de nossa cidade.

    Como foi possível realizar tantas obras?

    Estes 100 milhões de Reais em obras são resultado de uma administração que procurou, durante todo o tempo, aumentar a receita e otimizar o seu uso. Partimos de uma receita de 70 milhões de Reais para completarmos o mandato com algo em torno de 200 milhões. Este crescimento foi muito importante para nós. Vale lembrar que, no último ano, tivemos uma pequena dificuldade decorrente do início do pagamento da dívida com o BPS, em um processo que se arrastava por décadas. Nós conseguimos realizar, de maneira assertiva, o equacionamento desta dívida e creio que, ao concluir este processo, o nosso município terá mais liberdade para realizar investimentos que o povo de Santa Rita tanto merece.

    Quais foram as principais ações em infraestrutura?

    Podemos citar algumas obras mais importantes. Em primeiro lugar, a criação da Passarela Luiz Carlos Lemos Carneiro. Esta obra foi um marco muito importante para o nosso município. Este era um projeto aguardado há muitas décadas e que deu segurança e conforto para a população, além de organizar o trânsito naquela região.
    Outras obras também muito importantes são as escolas que construímos. Ao todo, foram feitas 6 novas escolas, em contrução de altíssimo nível, além da reforma de outras 4 instituições de ensino. Creio que estas ações trouxeram uma maior dignidade para a comunidade santa-ritense, em diversos bairros.

    O que poderia citar como mais relevante na pasta de educação?

    Foram empreendidos vários projetos de reforço das habilidades socioemocionais. Dentre as ações, colocamos música em todas as escolas, contratamos um psicólogo por instituição, além de assistentes sociais. Nós fizemos um trabalho admirável e agradeço às secretárias Rosé Bueno, em um primeiro momento, além da professora Lúcia Borsato. Através do trabalho destas profissionais nós conseguimos fazer com que a educação em nosso município servisse de referencial para o estado de Minas Gerais e, até mesmo, para o Brasil.
    Nós obtivemos melhorias muito importantes quanto à alimentação das crianças, ampliamos a educação em período integral para 50% dos alunos matriculados e implantamos o tempo integral na zona rural. Nós estivemos muito focados na educação por acreditar que esta é a saída para um Brasil melhor. Como professor, tenho convicção disso e me esforcei muito neste quesito.

    Quais foram as principais ações voltadas à melhoria da saúde no município?

    Nós ampliamos a ação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), com duas novas unidades. Com isso, passamos a atender mais regiões dentro do município e ampliamos o nosso referencial de qualidade. Também criamos o PISC (Programa Integrativo de Saúde Complementar) e, através dele, nos tornamos referência na região. Trata-se de um trabalho fabuloso que vem sendo realizado e que melhorou muito o apoio à população. Também implantamos o Serviço de Atendimento Doméstico, construímos uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e reformamos todos os postos de saúde do município.
    Devo dizer que uma de nossas ações mais estratégicas talvez tenha sido a ampliação de nossa parceria com o Hospital Antônio Moreira da Costa, o que possibilitou a viabilização de uma UTI de média complexidade que já salvou centenas de vidas. Quem passou por lá sabe o quanto foi importante a implantação desta ação e como ela veio para aumentar o cuidado com as pessoas.

    Dentro da Assistência Social, quais foram as ações mais importantes?

    A iniciativa mais importante que empreendemos foi dar continuidade ao Projeto de Habitação Popular. Através de um mecanismo de doação de terrenos e de parte de material, os contemplados puderam realizar a construção de suas casas. Ao todo, viabilizamos a contrução de 370 casas no bairro doutor Luiz Rennó Mendes e pavimentamos toda aquela região, com drenagem e todos os benefícios necessários para proporcionar bem-estar aos moradores. Dentro desta pasta, conseguimos aumentar o nosso Programa de Pão e Leite e a Casa da Criança tornou-se uma referência em nossa região.

    Quais foram as ações mais importantes envolvendo a cultura?

    Na área cultural, podemos resumir a nossa atuação em um grande volume de iniciativas, através do apoio e da parceria da sociedade. Cito como exemplo o projeto “Cidade Criativa, Cidade Feliz”, que tornou-se uma referência para o Brasil. Tenho sido convidado para falar sobre este projeto em diversas partes do país, já que ele busca conectar cultura e tecnologia para gerar inovação, possuindo todo um arcabouço teórico e prático. Durante a sua implantação, acabamos por criar uma aceleradora de empreendimentos criativos. Como exemplo, podemos citar o “Sabores do Vale” e o “Hacktown”, que acabou se tornando o maior festival de cultura, artes e inovação do país. Outras iniciativas também merecem ser citadas, como a Festa de Santa Rita, que foi totalmente reformulada para se adaptar ao desenvolvimento do município. Realizamos também, nesse período, um trabalho muito consistente de levar artes às escolas e o ambiente que criamos colocou em prática uma utopia de usar a cultura e as artes para proporcionar a felicidade coletiva, o que acabou se tornando um exemplo a ser compreendido e replicado em todos os cantos do país.
    Do ponto de vista econômico, como faz parte da indústria criativa, estes projetos são capazes de injetar milhões de reais e geram centenas de empregos em Santa Rita do Sapucaí. Umas das formas de reconhecimento deste trabalho que realizamos foi a primeira colocação que recebemos de um prêmio chamado Brasil Criativo, através de iniciativa do Ministério da Cultura, o que nos deixou muito felizes.

    A sua gestão dedicou ações voltadas à zona rural?

    Com certeza. A zona rural foi submetida a um trabalho muito importante por parte da nossa gestão e merece continuidade nestas ações para o desenvolvimento do município. Em nossa gestão, pavimentamos treze quilômetros de estradas, em pontos críticos da zona rural. Ao todo são, aproximadamente, 300 quilômetros de tronco e mais 400 de ramificações, formando uma área muito extensa, mas o nosso papel de cuidar e de pavimentar os pontos críticos, foi algo que fizemos com bastante carinho.

    E quanto ao Museu Histórico Delfim Moreira?

    Nós reformamos o Museu Histórico Delfim Moreira, espaço cultural da mais alta importância para o município e que estava muito depreciado. A estrutura foi totalmente modernizada, promovemos um aumento significativo no volume de itens em exposição e criamos um projeto político-pedagógico para a recepção de turistas, alunos e visitantes. Aquele é um espaço muito importante, merece atenção, precisa ser vivo e estar em constante atualização.

    Vocês firmaram parcerias com os conselhos locais?

    Nós desenvolvemos um projeto muito bacana que foi a castração animal de 3 mil cães e gatos. Uma política realizada em parceria com o Conselho Municipal de Proteção aos Animais.
    Firmamos, também, uma parceria com o Conselho da Mulher, com o objetivo de melhorar a iluminação pública no município, para trazer mais segurança à população. Nesse sentido, focamos os novos esforços com o objetivo de promover segurança, em detrimento da simples economia de energia. Nós aumentamos o volume de pontos de iluminação por metro quadrado no município e conseguimos iluminar 100% da cidade.
    Nós também conseguimos atuar na questão do Loteamento São José e, através de um acordo judicial, foi possível realizar a pavimentação e levar um mínimo de infraestrutura aos moradores.

    Nas vias de acesso ao bairro Nova Cidade foram realizadas obras também, não é?!

    Sim. Nós duplicamos a avenida Embaixador Bilac Pinto e esta, inclusive, era uma das condições para que um novo Fórum viesse para a cidade e fosse construído naquela região. Nós empreendemos essa obra e, por conseguinte, conseguimos um novo edifício para o Fórum. Vale dizer que aquela pista é muito importante para o município já que transitam por ali, diariamente, milhares de pessoas. Para facilitar o acesso, nós pavimentamos a avenida Sapucaí e a rua que interliga o centro da Nova Cidade com o bairro São Benedito.

    Como andam as obras do novo terminal rodoviário?

    Esta obra está em estado adiantado de execução. A previsão é de que possamos inaugurar a nova rodoviária no dia 21 de dezembro. Será um terminal moderno e que dá condição de proteção das pessoas que irão utilizá-lo, quanto às intempéries todas. Tal construção dará dignidade a quem trabalha, uma vez que foi construída com espaço amplo e será dotada de ar-condicionado e oferecerá uma condição adequada para o profissional que irá atuar naquele espaço. As instalações sanitárias serão modernas para proporcionar conforto aos seus usuários. O ambiente será bonito e aconchegante, com disponilidade para que eventos sejam realizados naquele espaço. Posso dizer que esta é uma obra aguardada há, pelo menos, 50 anos. Quando cheguei a Santa Rita do Sapucaí, o ônibus parou em um estabelecimento comercial ao lado do Clube Santarritense. No ano seguinte, criaram a atual rodoviária que acabou se tornando pequena e desatualizada em relação às demandas do município. Nossa missão foi criar um novo espaço para que os viajantes possam embarcar e desembarcar com conforto e segurança.

    Como estão as obras no cinema?

    O cinema estava fechado há décadas, totalmente desestruturado e mereceu uma atenção especial da nossa parte. Para isso, criaremos o Teatro Monsenhor José Carneiro Pinto para oferecer uma nova opção cultural às pessoas. Haverá um espaço para café, no térreo, de que as pessoas poderão fazer uso. Teremos um bom palco para apresentações e o ambiente terá capacidade para 250 pessoas. Teremos, assim, um equipamento público extremamente importante para atender à comunidade.

    O centro de eventos também mereceu atenção da sua gestão…

    Quando assumimos, o centro de eventos era, basicamente, um gramado. Depois de muitas obras, temos hoje um espaço bastante adequado para recepção de pessoas. Em dias de eventos, temos estrutura para receber dezenas de milhares de pessoas. Também construímos pistas para caminhada, ciclovia, a pista de skate, campo de futebol, teatro de arena e ainda teremos muitas novidades com o passar dos anos. Aquele local tornou-se um espaço de cultura e lazer muito importante para o município.

    E quanto aos esportes?

    Nós procuramos trabalhar a diversificação dos esportes, sediamos um campeonato internacional de basquete, trouxemos a seleção brasileira sub20 de vôlei e promovemos ações com o objetivo de diversificar as práticas desportivas.

    Como foi a atuação na geração de empregos?

    Muitas pessoas abordam a questão dos empregos e devo dizer que o município procurou agir em duas linhas: geração de empresas de qualidade e atração de empreendimentos para o município. Nós geramos em torno de 60 empresas pela incubadora, construímos dois centros empresariais, apoiando e acolhendo as empresas que precisavam de apoio para crescer e, somando tudo isso, imagino que tais ações geraram em torno de dois mil empregos para o município.
    Temos, na incubadora, um programa chamado Prointec que se relaciona com a FAI, com o Inatel e com a ETE, promovendo ações de relacionamento com o meio acadêmico, com a indústria e com o comércio. Tendo o Sebrae como parceiro, geramos muitas ações bem significativas para o desenvolvimento econômico e social do município. A cidade tem sempre a crescer e se desenvolver. Isso não pára. Mas estas ações estratégicas implantadas há vários anos e que tiveram continuidade são muito importantes para o nosso desenvolvimento.

    Quais são as perspectivas para o nosso município?

    Acredito que Santa Rita do Sapucaí, através do seu arcabouço educacional conta com grande qualidade do ensino público municipal, ensino público estadual e das instituições privadas, formando um ecossistema cujo referencial é a inovação. Nosso município tem priorizado o comércio, as indústrias e escolas, de forma a produzir perspectivas favoráveis para o nosso crescimento. Tal postura torna possível a geração de, aproximadamente, 14 mil empregos que produzem um faturamento de cerca de 3 bilhões de Reais, segundo dados do Sindicato Patronal das Indústrias. Penso que a meta comum de todo o município seja a felicidade das pessoas e que somos a prova viva de que a saída para um país melhor seja o investimento em educação. Não há outro caminho.

    Lembro que o entrevistei quando ainda era diretor do Inatel e o senhor comentou que havia necessidade de dar prioridade à educação de qualidade, desde a infância, para formar indivíduos capazes de enfrentar a vida.

    Exatamente. Hoje em dia, nós oferecemos pedagogia desde o berçário. Há uma estimulação da criança, são fornecidos cuidados com a nutrição e são promovidas várias condições para que a criança chegue ao fundamental com uma boa base e estrutura sólida de educação. Quando nós começamos o nosso trabalho, não havia um projeto intencional para isso. Hoje a gente tem. Isso é uma aposta que fazemos com a perspectiva de que o futuro seja melhor do que o presente. Quando falamos de educação, sabemos que leva tempo para que os resultados sejam percebidos. Eu sempre tive essa consciência e empreendi, de forma honesta, para que pudéssemos avançar nessa questão.

    Voltando à questão da saúde, soube que a prefeitura ofereceu um sensor capaz de detectar o nível de diabetes. Poderia falar um pouco sobre isso?

    Trata-se de um sistema em que os pais conseguem monitorar o nível de diabetes dos filhos, através do próprio celular, durante todo o dia. Esta é uma tecnologia muito avançada, que fornece maior segurança aos pacientes e que evita que uma criança tenha que ter o dedo picado a todo momento. Este sensor é implantado nos postos de saúde, dura 15 dias e depois é substituído. Considero esta uma conquista admirável e que foi levada adiante através da sugestão dos próprios pais. Eu não entendia desse assunto, mas procurei me aprofundar, soube que este projeto tinha sido implantado com sucesso em São Lourenço e fui até lá conhecer como funcionava.

    É, realmente, um projeto muito interessante…

    São projetos como este que me dão a convicção de que uma frase que ouvi e costumo repetir é muito verdadeira. Nós estamos em um momento de polarização e radicalização muito grandes. Um tempo violento em que as pessoas olham sempre o que está errado, mas que não percebem que existe uma virtude bem ao lado. Tolstoi tem uma frase que diz o seguinte: “Há pessoas que passam pela floresta e que só conseguem enxergar lenha para queimar”. Nós vivemos em um mundo em que as pessoas avaliam o ambiente ao redor e só conseguem ver o que não está bom. Eu digo isso porque, numa cidade, é preciso olhar o que é necessário aperfeiçoar e os problemas que existem, mas também é necessário observar os pontos positivos para que a gente não se perca pelo caminho. Nós precisamos olhar para um movimento como o “Cidade Criativa” para não deixarmos um projeto tão importante como ele morrer. Se não observarmos e zelarmos por boas ações que foram geradas em torno de temas como saúde, cultura ou educação, elas também tendem a não ir adiante.

    Como o senhor define a sua atuação como prefeito, em todos estes anos?

    Eu costumo dizer que a verdadeira e real inovação política é ouvir e cuidar das pessoas. Entendo que cuidar é mais do que proteger. É fazer com que as pessoas existam. Esse é o termômetro para o administrador trabalhar e proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas.
    Em todos estes anos, eu empreendi com honestidade e lançando mão do melhor dos meus esforços e com toda a minha capacidade. Santa Rita do Sapucaí é um município que me acolheu com 14 anos de idade. Vou chegando ao final desta etapa com o coração cheio de amor por esta cidade e por este povo. Da minha parte, irei continuar com o propósito de cuidar das pessoas e manter a missão de trabalhar pelo município de Santa Rita do Sapucaí e da região a qual eu pertenço.

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