(Carlos Romero Carneiro)
Santa Rita do Sapucaí – Era o carnaval de 1968, e a cidade parecia ter perdido parte de sua alegria contagiante. Com os tradicionais blocos Democráticos e Ride Palhaço sem desfilar há cinco anos, poucos foliões se aventuravam pelas ruas com fantasias improvisadas. Os bailes do Clube Santa-ritense já não atraíam multidões, mesas permaneciam vazias e a cidade sentia falta de uma alternativa para se divertir.
Foi nesse cenário que Dona Irene Faria, fiel entusiasta dos Democráticos, percebeu que algo precisava ser feito. Junto de Dona Maria Nazaré Bressler, ela idealizou uma forma de reacender a chama do carnaval local: promover três noites de festa homenageando os blocos históricos e incentivar a participação da comunidade. Com a ajuda de Dona Eny Andere, responsável pela chapelaria dos Democráticos, organizaram ensaios, confeccionaram fantasias e correram um livro de assinaturas para arrecadar fundos.
Apesar da verba curta, 23 crianças desfilaram gratuitamente ao som da banda J. Abreu, marcando o início de um evento que entraria para a memória da cidade. Ainda faltava um nome para a iniciativa. Após sugestões e brincadeiras, Doutor Antônio Junqueira batizou o desfile de Ridemo – uma união improvável, “como água e óleo”, dos dois blocos tradicionais.
A primeira noite, dedicada às Mimosas Cravinas, surpreendeu a todos. O desfile saiu do morro do José da Silva e, ao chegar à praça central, encontrou um público numeroso, contagiado pelas marchinhas e pelo hino das Cravinas, entoado novamente após anos de silêncio. O Ridemo encerrou a noite com uma parada no Clube Santa-ritense, lotado de foliões.
No domingo, foi a vez de exaltar o Ride Palhaço, com pierrots, colombinas e arlequins colorindo as ruas. A comunidade, mais uma vez, se maravilhou com o espetáculo, e o entusiasmo parecia não ter limites.
A grande noite de terça-feira celebrou os Democráticos, com uma garotinha vestida de baiana conduzindo o imponente estandarte branco e preto. Confetes e serpentinas preencheram a praça enquanto milhares de pessoas acompanhavam o desfile, consolidando um carnaval histórico que, segundo moradores, “abalançou as estruturas do Vale”.
A iniciativa, que começou como uma simples ideia de duas mulheres, reacendeu a tradição carnavalesca e garantiu que o Ridemo se tornasse uma lembrança inesquecível. Embora a mistura dos blocos originais – como água e óleo – dificilmente se repita, a chama do carnaval de Santa Rita permanece acesa.
(Por Cônego Augusto José de Carvalho) Chegou a Festa de Santa Rita de 1944. Quando…
Por Carlos Romero Carneiro Enquanto buscava atrações interessantes no sul de Minas, deparei-me com uma…
Fizemos uma visita ao site da Hemeroteca Nacional e encontramos diversas raridades sobre a história…
(Luiz Fernando Emediato) O ladrão está morto Na garagem da delegacia, metido num caixão, trajando…
(Por Carlos Romero Carneiro) Anízio Dias dos Reis nasceu no bairro rural do Vintém e…
(Carlos Romero Carneiro) O Brasil vivia a ditadura militar quando o presidente Costa e Silva desembarcou em…