Maria Helena Brusamolin
Imagine uma cidade tão antiga que faz Roma parecer moderna. Pois essa cidade existe e fica no sul da Itália, escondida entre os desfiladeiros da região da Basilicata, bem no salto da bota.
Eu já saí daqui do Brasil com a cabeça feita de que iria conhecer Matera de qualquer jeito. Meu médico, Dr. Ivanildo Archângelo, me encheu de curiosidade quando voltou de lá contando como era a cidade e quanto ele havia gostado. Ângela, minha fiel companheira de viagem, que também é apaixonada pela Itália, além de ser casada com um legítimo italiano, topou na hora e lá fomos nós preparar o roteiro. Nosso plano era conhecer a Puglia, região situada bem no sul daquele país e que faz fronteira com a Basilicata. Mas sobre a espetacular Puglia eu contarei em outra crônica. Hoje é dia de falar sobre Matera.
Essa cidade é um dos povoamentos humanos mais antigos do planeta, constituída de um labirinto de casas esculpidas na rocha. Desde os tempos mais remotos, cerca de 7.000 anos atrás, foi a habitação de vários povos que viveram em cavernas e em ravinas. Muitas casas foram construídas tão próximas, tanto no sentido horizontal quanto no vertical, que o telhado de uma serve como chão de outra. Repleta de afrescos sagrados pintados por monges bizantinos em cavernas no século VIII, possui um engenhoso sistema de captação de água que funciona até hoje. Nunca faltou água em Matera. Visitamos o depósito de água de chuva que abastece a cidade e ficamos impressionadas com a engenhosidade daquela época, séculos antes de Cristo, onde não havia engenheiros, arquitetos e ou outras profissões. Tudo era feito na base do empirismo e dava certo.
Entretanto, há uma página triste na história de Matera, mas que felizmente foi virada para melhor. Em 1948, um homem chamado Palmiro Togliatti chamou a atenção do país para a situação de penúria em que viviam os seus habitantes. Anos mais tarde, o Parlamento Italiano discutiu o problema e decidiu que Matera deveria ser extinta, pois era uma verdadeira vergonha nacional. Contudo, em 1952, o mesmo Parlamento mudou de ideia e resolveu voltar os olhos para essa pérola cultural italiana, que na época possuía quinze mil habitantes. Hoje, finalmente, ela é Patrimônio Mundial pela UNESCO e abriga restaurantes, lojinhas, pousadas e casas residenciais. Há vida em Matera!
O serviço de restauração continua até os dias de hoje e a visão da cidade do alto de um mirante é algo indescritível. Só para se ter uma ideia, Matera serviu de cenário para vários filmes de Hollywood, como 007 Sem Tempo para Morrer, Paixão de Cristo, de Mel Gibson, dentre outros.
Fazia muito frio, mas Ângela e eu, acompanhadas por um guia local, criamos coragem e percorremos todas as ruelas, com subidas e descidas, algumas suaves outras nem tanto, num chão de pedra escorregadia pelo efeito do tempo. Ao fim do percurso, estávamos encaloradas, mas felizes. Valeu a pena. Matera é uma cidade conhecida por poucos, mas é um local extraordinário para ser visitado por quem gosta de História e de coisas e lugares antigos e interessantes.
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