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Um papo sobre a vida e a arte do músico Eron César

Tivemos uma prosa com Eron César, que nos contou um pouco sobre a sua paixão pela música, seus gostos e perspectivas de carreira. Confira!

Como teve início a sua paixão pela música?

Desde muito criança eu já era apaixonado pela música. Aos cinco anos de idade, já tinha o costume de brincar no quintal da minha mãe e passar tardes inteiras cantando e mexendo com as plantas. Aquele gosto pela musicalidade já estava presente em mim, mas quando a minha mãe perguntava o que eu queria ser no futuro, dizia que seria médico.

Quando você percebeu que poderia ser um cantor?

Quando eu tinha entre nove e dez anos, os Três Tenores vieram para o Brasil, na época da Copa de 1994 e o meu primo, Fabinho, tinha um disco deles. Era aquela febre e nós gostávamos de ficar imitando o trio cantar. Como éramos eu, meu primo e mais dois amigos, fui escalado para ser o tenor reserva porque não consegui decorar as canções! O meu primo anotava as letras em italiano no papel, colocava o concerto para tocar na vitrola e nós ficávamos cantando. O meu tenor favorito, naquela época, era o Pavarotti. Meu primo fazia o Plácido Domingo e um outro menino interpretava o José Carreras.

Aquilo chamava a atenção de quem passava por ali?

Muito! Certa vez, passou uma senhora e disse: “Crianças cantando música erudita? Não vi isso na vida!” Nós soubemos que essa mulher tinha uma irmã com deficiência e ela nos convidou para fazer uma apresentação em sua casa. Toda vez que íamos cantar pra ela, ganhávamos picolé! Eu não sei o que a irmã dela tinha, mas ficava sentada o tempo todo e fumava um cigarro Hollywood atrás do outro! Eu tinha medo dela e não cantava no início. Só quando um de nossos amigos parou de ir foi que eu comecei a interpretar o Pavarotti!

E Quando começou a se identificar com o Rock?

Aos onze anos, eu estava na aula de inglês, uma professora chamada Alba levou uma fita K7 com a letra de uma música dos Beatles e, quando ouvi “Hello Goobye”, fiquei louco por aquela música! Peguei um disco do meu primo, gravei algumas fitas e comecei a ouvir muito!

Quando ganhou o seu primeiro violão?

Aos 14 anos, o meu pai me deu um violão e aprendi a cantar na rua. Perto de casa havia alguns andarilhos que tocavam, eu ficava observando, eles me ensinaram alguns acordes, a afinar o instrumento e comecei a tocar. Também usava aquelas revistinhas de banca, porque não tinha internet, e tirava tudo de ouvido.

A sua primeira banda surgiu nessa mesma época?

Surgiu depois de alguns anos e nós tocávamos sons mais simples, como Nirvana e outros. Evoluí bastante quando vim para Santa Rita e tive aulas de canto com o Régis. Ele me ajudou muito! Comecei a fazer exercícios, a praticar e fui evoluindo…

Como foi a sua entrada na banda B.B. Jeff?

Quando me mudei para Santa Rita, o Purga ainda cantava na banda. Assim que ele saiu, os caras anunciaram um teste para o novo vocalista e eu concorri com uma menina de Pouso Alegre. Acabei entrando. Isso foi no final de 2005.

BB. Jeff

Como foi a experiência de tocar com o Alan?

Ele foi o cara que mais me ensinou sobre música. Isso não aconteceu só comigo. Muitas pessoas que estavam ao seu redor aprenderam muito com ele. Devo muita coisa ao Alan.

Conte um pouco sobre as aulas de música que você oferece para a criançada…

Isso fez com que eu evoluísse muito como ser humano. Me tornou uma pessoa mais madura e me ajudou, também, a evoluir espiritualmente. Esse contato com as crianças me fez evoluir, até mesmo, como pai. Eu tenho uma filha de 15 anos. Desde que comecei a dar aulas, aprendi a gostar muito de crianças e me dou muito bem com elas. Dia desses, estava em um restaurante, com um casal de amigos, e um chegado chamado Lobão se assustou porque a sua filha se deu bem comigo. “Ela nunca brincou assim com ninguém.” – ele disse. Então esta experiência foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, Trabalho com o público infantil, até hoje, na escola Sanico Telles. É divertido! Eu tenho os meus momentos um pouco tristes e o contato com elas muda completamente o meu ânimo. Me deixam mais feliz!

Quais são as suas referências musicais?

Tenho um gosto especial pelas bandas dos anos 70! Gosto de Led Zeppelin, Deep Purple, The Faces, Black Sabath, Genesis… Gosto muito de música brasileira, também! Guilherme Arantes, Legião Urbana, Mutantes, Secos e Molhados… gosto muito!

E as referências locais?

Em Itajubá, eu gostava muito de uma banda chamada Complexo B. Havia um músico chamado Romero que era muito bom! Há, também, um violonista chamado Tejo que toca muito bem. Aqui em Santa Rita, eu sempre fui fã do Paulista! Para mim, ele é um grande compositor e admiro muito ele!

Quais são os seus próximos projetos?

Tenho um projeto com uma banda de Itajubá e nós vamos seguir a mesma linha da BB Jeff. Um rock mais clássico. O meu objetivo é gravar um álbum para registrar o som que nós produzirmos. Vem muita coisa por aí…

takefive

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