(Carlos Romero Carneiro)
Sempre ouvimos dizer que um dos significados da palavra Sapucaí é “rio que canta ou rio que chora” e que tal denominação teria sido dada pelos indígenas por conta do som produzido pelo vento nas sapucaias.
Há controvérsias sobre o significado da palavra ‘Sapucaia”, mas sabe-se que é de origem tupi. Uma das teses é de que o nome vem da junção de “sa”, “puca” e “ia” (“olho”, “que se abre” e “cabaça”), por conta do formato do coco, quando aberto. Há, também, quem diga que o termo “Sapucaí” vem da junção “sapucaia-i”, como denominação para rio que grita ou rio que chora. Mas por que o nome Sapucaí teria esse significado tão diverso à etimologia do termo? O nome poderia significar “rio das sapucaias”, por existir estas espécies às suas margens ou ter o significado de “rio que grita ou chora” por conta do efeito que o vento produzia nestas árvores. Sobre esta segunda teoria é que vamos imaginar o motivo.
A sapucaia produz alguns cocos que, quando maduros, desprendem uma espécie de tampa, fazendo com que as suas saborosas amêndoas fiquem espalhadas pelo chão. É um processo engenhoso e parece ter um toque humano, mas foram os homens que copiaram as suas formas em diversas manifestações. Estes cocos produzidos pela Sapucaia podem atingir grandes proporções arredondadas e permanecem presos aos galhos das árvores, quando as tampas se soltam. Se pararmos pra pensar que havia uma grande quantidade destas sapucaias ao longo do rio, tais cocos, ou sinos, como também são chamados, ficavam expostos ao vento e se transformavam em uma espécie de apito.
O vento, conduzido pelo leito do rio, encontrava uma grande quantidade destes “instrumentos musicais” pelo caminho, dando a sensação de que havia um imenso choro, canto ou grito, no caminho das águas.
Outro dia, tivemos a curiosidade de saber que sabor tem a amêndoa da Sapucaia. Teria um gosto parecido com o das nozes e amêndoas encontradas facilmente nos supermercados?
Através de um anúncio no Mercado Livre, recebemos um pequeno pacotinho que trazia estas sementes prontas para serem consumidas. O sabor é muito parecido ao das amêndoas comuns, mas um pouco mais sutil.
Temos notícias que há cerca de meia dúzia de Sapucaias, espalhadas pelo município. Nenhuma delas nativa. Todas plantadas por pessoas encantadas com a beleza e com a mística destas árvores que existiam às margens de um rio tão encantador. Ao atravessarmos a ponte construída e doada pelo Coronel Francisco Moreira da Costa, bem ao lado da passarela, notamos que, à direita, há um exemplar desta espécie. Também há uma pequena árvore plantada, recentemente, no Museu Histórico Delfim Moreira para fins educativos e outras poucas na Zona Rural.
Sapucaí: rio que canta, rio que chora, com o seu percurso ladeado por cidades que também carregam risos e dramas. Já não possui árvores com apitos capazes de encantar os povos originários que habitavam as nossas bandas, mas leva em sua correnteza as memórias, conquistas e inovações de um bom número de comunidades. Seu fim, já não é o Rio Grande. É Furnas, com a sua represa e suas cidades submersas.
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