Reflexões e aprendizados após quase 5 meses de prevenção (Por Carlos Romero Carneiro)

Continuando nesta novela do Coronga, houve um aumento significativo da doença em Santa Rita do Sapucaí (onze casos até o fechamento da edição) e ainda há incertezas sobre a data em que chegará a vacina. Os mais otimistas acreditam que, até dezembro, a Fiocruz já tenha o antídoto pronto para ser distribuído. Os mais pessimistas, apostam no início da imunização para perto do carnaval. O fato é que a população continua aflita, temos visto muitos casos de distúrbios mentais, após tanto tempo de reclusão e agora são os mais jovens que têm se recusado a permanecer em casa.

Quanto aos impactos financeiros da pandemia, comerciantes que buscaram se reinventar (ou tiveram chance de se adaptar) parecem sentir menos do que aqueles que continuaram jogando com as regras de antes. Em momentos de dificuldade, quanto mais rápido encaramos os desafios e buscamos soluções, menores são os inevitáveis impactos econômicos.

Não seria má ideia se, neste momento, os governos federal e estadual oferecessem amparo também aos pequenos empresários. Se os mesmos 600 Reais de auxílio fossem oferecidos aos geradores de empregos dispostos na base da economia, em forma de isenção fiscal, muitos estabelecimentos atravessariam mais facilmente este momento delicado, o que reduziria o fechamento de tantas empresas, como tem acontecido.

Após quase 5 meses de quarentena, o volume de pessoas com máscaras é bem maior do que no início, mas ainda encontramos pessoas resistentes à prevenção. Continuamos, entretanto, em situação mais confortável do que muitas cidades vizinhas. Isso parece demonstrar que o mapa do Covid-19 seja o da empatia, do sentimento de comunidade e de cuidar do outro. Isso inclui não incendiar nada enquanto estivermos de máscara, ok?!
A expectativa é de que, quando essa pandemia passar, tenhamos nos tornado pessoas melhores, mais fortes e que tenhamos descoberto novas formas de encarar a vida ou os negócios. O uso da máscara, até então impensável antes da pandemia, pode se tornar comum. Talvez sejamos mais cuidadosos na prevenção de outras doenças, já que aprendemos que o contágio do Covid-19 acontece de forma muito parecida com o do vírus da gripe, por exemplo.

Vislumbrando tempos melhores, espero que consigamos nos amparar na reconstrução de nossas vidas e que, ao contrário do que alguns têm dito por aí, este cenário não passe a ser “o novo normal”. Força e fé a todos.

(Por Carlos Romero Carneiro)

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