A sensação do carnaval santa-ritense nas décadas de 80 e 90 eram os aguardados bailes do Havaí, agitados pelo glorioso Santa Rita Country Clube.
Agendados sempre a uma semana do início do carnaval, a vontade de participar era tanta que muita gente acertava rapidinho as mensalidades só para não correr o risco de ficar de fora da brincadeira.
Todo ano era a mesma coisa. Crianças e adultos se aglomeravam em torno da piscina, alguns com colares havaianos, outros de roupas floridas… Quando tocava o hino dos blocos, Ride Palhaço e Democráticos, era um fuzuê danado e cada membro da agremiação puxava sardinha para o seu lado. O ritual se repetia umas quatro ou cinco vezes e, se algum marciano pousasse no Clube naquela noite, certamente não entenderia patavinas.
O que fazia a cabeça da molecada naquela época era seguir o fluxo de foliões e dançar com a mão no ombro de alguma menina. Tudo era muito inocente… adolescentes de 14 anos, naquela época, ainda brincavam de carrinho (eu, pelo menos). E lá ia o povo dançar ao som da Furiosa.
Enquanto a festa evoluía, a molecada tentava sair da área demarcada pela organização do evento ou se aventurar na roda gigante do parquinho. Quando a organização perdia o controle, era um tal de gente pular na piscina, escorregar e derrubar garrafas que tirava a paz dos seguranças chefiados, se não me engano, pelo Décio Saretti.
Se um pulava na água, caía todo mundo… e algumas pessoas entravam na canoa ornamentada com flores no centro do piscinão… Outros saltavam dos trampolins e havia quem jogasse água nos foliões mais comportados e não restava remédio senão desligar o som e botar todo mundo pra correr.
O bom daquilo tudo é que servia para colocar o povo no clima do carnaval. Depois de um ano inteiro escutando moda de viola, a cidade precisava mesmo de um banho para entrar no clima de sucessos como “Rala o Pinto”, “Balancê” e “Me segura que eu caio”.
A última vez em que eu vi a galera se aglomerar no Baile do Havaí foi no carnaval de 2004. Naquele ano, soube através do Estevão Faria que um tal “Bloco do Urso” estava chegando com tudo e que não sobraria pedra sobre pedra. Não é que o rapaz que, anos depois, sairia como candidato a prefeito de Santa Rita estava certo? Dali para frente todo mundo só queria saber de uma “cidade” especialmente montada para o carnaval e tudo o que se viu no passado viraria história.
Hoje, bailes como “A noite do Pijama” e do “Havaí” ou as brincadeiras ao som de uma banda chefiada pelo Maestro João do Carmelo ficaram na história. Não sei se a coisa vai esquentar novamente, se vão criar uma nova roupagem ou retornar como era antes, mas relembrar aqueles tempos dá uma grande nostalgia.
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Participei de muitos destes bailes.
Muitas historias para contar.....kkkkk
Naquela epoca tinhamos varios blocos de salaão. Fomos uns dos pioneiros, os Bakaninhas, junto com o num interessa, cinismo total, sanatorio geral. O Urso veio um pouco mais tarde, mas como vemos hoje, o de mais sucesso. Eu acho o Urso extremamente bem feito. Mas para mim, realmente não é carnaval. É um festival de musica.
Não é saudosismo não. Vejam aqui em SP a quantidade de blocos de rua que saem no carnaval. Isso para mim é carnaval.