Por Carlos Romero Carneiro
Em março de 1960, uma reunião entre as diretorias dos blocos, Ride Palhaço e Democráticos, ponderou sobre a participação de ambos na inauguração de uma cadeia de televisão. O empreendimento – que criaria um sistema de comunicação para conectar Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e Juiz de Fora – solicitou a presença das agremiações. Os primeiros contatos entre as agremiações rivais aconteceram no Clube Santarritense e na casa do Dr. João Capistrano. Como o Democráticos desistiu de participar, o Ride Palhaço assinou o contrato de participação, no dia 17 de abril de 1960, na antiga Chácara Fortaleza.
Através de uma edição do Diário de Minas, daquele mesmo ano, é possível entender porque havia um interesse tão grande pela presença dos dois blocos na inauguração da cadeia de televisão: “Pelas fotos, os leitores poderão verificar a riqueza do carnaval de Santa Rita do Sapucaí, que custou aos cofres municipais a “bagatela” de 4 milhões de cruzeiros e que serve de exemplo às demais cidades, inclusive Belo Horizonte, que não se preocupa em atrair turistas.”
No sábado de Aleluia, dia 19 de abril de 1960, o Ride Palhaço iria desfilar na capital mineira. Como atrações da agremiação, duas santa-ritenses que sagraram-se campeãs mineiras de vôlei, Hebe e Mariângela, integrariam o elenco, como descreveu o Diário de Minas.
Em sua primeira apresentação, no dia 17 de abril, às 20 horas, o Ride partiu da Praça da Liberdade, em frente ao palácio do governo, e o evento foi transmitido pela TV Itacolomi e suas associadas. Duas horas depois, o espetáculo foi apresentado em frente a um palanque montado na Praça Raul Soares. Naquela mesma noite, o bloco se apresentou na Secretaria de Saúde e Assistência, tendo toda a renda convertida em favor dos “flagelados de Orós”.
Assim descreveu o jornal Diário de Minas: “Um dos pontos altos da apresentação foi o carro alegórico, de grande beleza e acentuado bom gosto, no qual se via a coroa da rainha, em grandes proporções, dominando todo o conjunto. As moças se apresentaram à moda russa, com saiotes de renda valenciana e enfeites em tela de seda colorida. Os rapazes, de cossacos, com túnicas de lamê prateado e botas de veludo vermelho.
No domingo, os integrantes do Ride desfilaram no Iate Clube, em uma sala chamada “Portinari”. O grupo composto por 60 membros entrou dançando e cantando e foi recepcionado pelo presidente do Minas Tênis Clube, José Cabral, que presenteou a agremiação com um troféu, entregue ao Capitão Paulo. Na ocasião, a senhorita Shirlei Garzon entregou à rainha do bloco um bonito cesto de flores.
Antes de retornar a Santa Rita, os integrantes da agremiação fizeram uma visita às dependências do Diário de Minas. “A redação, oficinas e sala de impressão foram invadidas pela gente alegre santarritense, todos demonstrando estar vivamente impressionados com tudo o que viram”.
De volta a Santa Rita do Sapucaí, o Ride Palhaço foi calorosamente recebido com uma grande recepção à comitiva. Em publicação do Diário do Comércio, conta-se que a Praça Santa Rita se transformou em um amplo “salão de festas”, quando os ônibus chegaram da capital.
Existe um grande acervo sobre a viagem do Ride Palhaço à capital mineira. Todo o material pode ser consultado, na íntegra, através de uma visita ao Museu Histórico Delfim Moreira. Tal documentação encontra-se em exposição no espaço dedicado ao bloco e possui muitas fotografias, textos e recortes do acontecimento que marcou a história do bloco.
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