Um texto publicado em 6 de setembro de 1930, no Jornal Correio do Sul, conta um pouco sobre a violenta briga que existia entre as duas facções políticas santa-ritenses, tal qual as famosas gangues de Nova York. Confira:
O antigo Arraial da Boa Vista, dos tempos do Padre José Maria Rabelo, foi convertido em Santa Rita do Vintém. Ao ser elevado à cidade, recebeu o nome de Santa Rita do Sapucaí e colecionou histórias, lendas e poesias. Com a emancipação política, a antiga freguesia, tão disputada por sãogonçalenses, santanenses, itajubenses e pousoalegrenses, começou a incitar neste povo pacato a praga da política que, por muitos anos, dividiu os santa-ritenses em correntes que não se harmonizavam e viviam em constante luta pelas ruas da cidade.
Nos tempos monárquicos, os Ximangos e Cascudos se degladiavam, em plena rua, por disputas acirradas de poder. Mais tarde, os Charangas e os Mulambos ostentavam, cada qual, uma afinada orquestra que, pelas noites de luar, saíam às ruas em serenatas, acalentando o sono dos habitantes com doces harmonias que terminavam, muitas vezes, na mais tremenda das desarmonias quando as bandas se encontravam. Como resultado, eram instrumentos e caras amassadas, bumbos e cabeças partidas, requintas e braços destroncados. Os maiores desaforos eram ditos em dó maior; chiliques e gritos de mulheres, proferidos em lá menor… seguidos de tiros e da magistral batuta dos porretes. Se fossem vivos e cá estivessem, nos contariam estas histórias os exímios maestros: Brigagão, Zeca Vilela, Juca Diamantina, Zé Raimundo e outros.
Mais tarde, seguindo na mesma toada, a população se dividiu em duas facções, denominadas Gafanhotos e Baratas. Enquanto muitos eram os legítimos Gafanhotos, outros eram Baratas ou ainda – como diziam – havia as Baratas com asas de Gafanhotos e Gafanhotos com cascos de Baratas.
Depois de muito tempo, uma mocidade mais bem orientada trouxe civilidade que levou tais lutas para longe. Tão longe que foram se esconder, não digo nas dobras do manto da história, porque ela é uma senhora vaidosa que se escova diariamente, mas nos velhos baús da tradição, que gostam das poeiras, das cinzas e dos farrapos das lendas.
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