Cultura

Os melhores momentos do carnaval de 1924,na visão de um grupo de adolescentes

Um jornal chamado “O Jasmim”, produzido por João B. Santos e Eduardo Adami em 13 de março de 1924, contou de forma irreverente como foi o carnaval daquele ano. Confira alguns trechos:

O carnaval de 1924 excedeu as expectativas. Os três dias de alegria e prazer tiveram um brilho excepcional. Raramente se viu nesta terra um tempo de tanto riso e alegria.
O “Bloco dos Brejeiros”, tendo à frente os senhores Alípio Aguiar e José Hilário Grillo foi o que mais se sobressaiu. Os foliões deste bloco percorreram as ruas da cidade, deliciando o público com diversas críticas, acompanhadas de lindas canções.

Durante as três noites festivas no Centro Operário, realizaram-se animadíssimos bailes que se prolongaram até alta madrugada.

Pelas ruas, durante a tarde, foi um verdadeiro delírio. Um enorme corso (carreata de calhambeques enfeitados) de 243 automóveis apinhados de moças e moços, percorreu as ruas da cidade, das 4 da tarde às 7 da noite. Em frente ao Bar Martinez, havia tanto confete e serpentina que, muitas vezes, o trânsito ficou interrompido.

No Theatro Santa Rita, os bailes foram deslumbrantes. Tudo o que havia de mais fino nesta terra se viu ali. Foram noites de tanto folguedo que a mocidade santa-ritense jamais se esquecerá. As danças, no meio de um burburinho confuso de risos, se prolongaram até alta noite.

No último dia, chamou a nossa atenção um automóvel que correu pelas ruas durante umas 3 horas. Este carro foi apelidado por Eduardo Adami de “o carro das flores”. Nós aprovamos a ideia, pois nele se viam as moças mais belas da cidade: as senhoritas apelidadas de Laço de Fita, Crysandália, Camélia, Ipoméa e Palma da República.

A senhorita Copo de Leite foi a que mais gastou Lança Perfume. Já as senhoritas, Ipoméa e Crysandália, despertaram admiração pois, após uma batalha perfumada de quase duas horas com o Benedito Leal, prostrou-o no chão, embriagado pelo éter.

As senhoritas Flor de Maracujá, Bambuzinho, Sabugueiro e Grinalda de Noiva dançaram sem parar. Já as senhorinhas Esporinha, Cravo de Defunto e Dália, só dançaram no Club. Putieu gostou tanto do carnaval que até bancou uma zaroia. Levou o diabo à padaria. Nestor Caputo bancou diversas Zinhas. Octavio e Vono, almofadinhas que gostam de sobressair, bancaram os serelepes do baile. Sylvio Palma bancou o importante da festa. Depois, desceu na plateia cercando peru e dançando chula.

Admin

Recent Posts

Conheça Márcio Fogolin: o Mestre

Márcio é paulista de nascimento, mas costuma dizer, com orgulho, que se naturalizou santa-ritense. Nascido…

12 horas ago

Os primeiros 10 anos da escola de eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí

Entre os anos de 1960 e 1970, a Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da…

12 horas ago

Cidade se alegra com primeiro Irmão Redentorista

(Por Adjair Franco Ribeiro) Irmão Orlando Augusto Silva Cassiano nasceu no dia 10 de março…

12 horas ago

Documento revela que Papa Pio XI concedeu bênção de morte a santa-ritense

O Museu Histórico Delfim Moreira acaba de receber de Vera Lúcia de Valim Andrade um…

1 dia ago

O que mudou no Hacktown, após 9 anos?

(Por Erasmo Kringlein) Era 2016 e não sei bem quem teve a ideia. Talvez tenha…

1 dia ago

Janilton Prado conta como foi a atuação da Prefeitura durante o período de Hacktown

Secretário de cultura, esportes, lazer e turismo comenta sobre a atuação da prefeitura, durante o…

1 dia ago