Colunistas

Os causos do Padre José

(Por Adjair Franco – Dija)

Padre José, quando ainda criança, frequentava muito a residência do seu avô, Vitinho Carneiro, onde seus amigos se reuniam para jogar truco. E ele ficava lá, observando o jogo. De vez em quando, seu avô pedia para ele enrolar o seu cigarro de palha e depois dizia: “Corre lá no bar para comprar uma cerveja pra nós!” Depois, ele ganhava as garrafas vazias para vender. Com o lucro da venda, comprava guloseimas. Para ele, aquilo era a maior felicidade!

Muitas vezes, me lembro dele dizendo que era para ter sido um fumante, mas que não quis e nem aprendeu a fumar. Já o truco, aprendeu a jogar muito bem! Quantas vezes fui parceiro dele! Sempre jogávamos com o senhor Antônio Daniel, do Bom Retiro.

Ele também contava que viajava com os seus amigos padres, colegas de Seminário: Cônego Antunes, Padre Sebastião Arantes e outros. Dentre eles, somente Padre José usava batina. Quando ia ao restaurante, ao pedir a conta, sempre o garçom respondia que o padre não precisava pagar. E ele dizia: “Esta é a vantagem de se usar batina!” Seus amigos ficavam desapontados!

Eram vários padres que se formaram em Mariana e que, de 10 em 10 anos, se reuniam em Aparecida do Norte para agradecer a Deus e à Nossa Senhora pelo Ministério Sacerdotal. Muitas vezes, pude acompanhá-lo. Dei boas risadas e guardo lembranças felizes de cada encontro!

Ele gostava muito de ir à praia. Sua irmã, Elza, tinha um apartamento no Guarujá. Adorava o mar! Um belo dia, eu estava com ele e nós encontramos uma família de Santa Rita. A filhinha deste casal, quando nos viu, começou a gritar: “Olha o Padre José de short!” E foi uma gargalhada só! Todos estavam acostumados a vê-lo sempre de batina. Contava, também, que quando foi Vigário Paroquial em Paraisópolis e na Casa Paroquial, onde ficava havia um porão e, certo dia, ouviu ruídos fortes e não conseguiu mais dormir. O outro padre, que também estava lá dormindo, ficou muito preocupado. Padre José, como sempre muito brincalhão, disse: “É assombração! E levantaram, andando, pé ante pé. Quando chegaram ao porão, lá estava um cavalo, produzindo todos aqueles ruídos. E voltaram a dormir, tranquilos!

As lembranças de suas histórias me encantavam. Eu tive o privilégio de ter uma convivência longa com ele e pude participar de fatos marcantes de sua vida. Viva, Padre José! Saudades eternas do Monsenhor!

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