Colunistas

Os cartuchos de doces

(Lavinya Ribeiro)

Assim como muitos produtos da nossa cultura, os cartuchos de doces também foram trazidos para o Brasil pelos portugueses. Fazendo mais sucesso em nossa região, principalmente em nossa cidade, essa tradição marcou momentos especiais para a comunidade.

Iniciada em 1957 pela querida Sinhá Moreira, a prática de produção de cartuchos foi realizada para a comemoração do aniversário da padroeira de Santa Rita do Sapucaí e continuou até os dias atuais, arrecadando dinheiro para ajudar a paróquia com as vendas nas tradicionais festas de Santa Rita e juninas.

O cartucho é como um cone, feito de cartolina e enfeitado com papel de seda, papel laminado e com flores de papel crepom. Essas decorações são alteradas de acordo com a personalidade de cada comunidade, por isso, os cartuchos não são todos exatamente iguais. Por dentro existem vários tipos de doces caseiros tradicionais como: doce de figo, abóbora, cidra, laranja, batata doce e bolachas.
Lembro quando meu avô chegava de seu trabalho com um desses cartuchos bem coloridos e todos ficavam felizes. Até surgiam alguns desentendimentos na hora de dividir os doces. Ele me conta que, antigamente, aconteciam leilões na praça Santa Rita, onde as pessoas enfeitavam o coreto com muitos cartuchos. Tradições como esta, carregam diferentes lembranças para cada pessoa, sejam nos momentos de preparação de cartuchos na infância, ou até mesmo de comprar um nas festas da cidade. No final das contas, isso é o que realmente é importante, o que faz com que momentos como estes sejam tão bons de serem vividos e recordados.

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