Muitas empresas, algumas delas responsáveis por atender a demandas essenciais como telecomunicações e transportes, agem como se fossem repartições públicas das mais fuleiras. Não dão a mínima à qualidade e não têm em sua Missão o bem-estar de clientes obrigados a utilizarem seus serviços precários por um motivo ou outro. Este é o caso da Operadora Oi, responsável por grande parcela dos serviços de telefonia Fixa e Móvel no país, dona de uma capivara monstruosa na Anatel, Reclame Aqui ou qualquer outro termômetro de qualidade para defesa do consumidor. E este também é o caso de uma empresa de transportes que atende boa parte da região e que tem transformado as palavras Incompetência e Desrespeito em símbolos máximos de um negócio que falha da venda dos bilhetes ao desembarque dos passageiros. Esta empresa que, em qualquer país civilizado, já estaria de portas fechadas e com seus proprietários responsabilizados, atende pelo nome de Viação Gardênia. Sobre esta empresa contarei uma experiência desagradável que vivo neste exato momento.
Ontem, utilizei uma página na internet chamada ClickBus. Através dela, teria a facilidade de comprar os bilhetes da gloriosa Viação Gardênia pagando 8 Reais de taxa de conveniência, além do preço da passagem. Até ali, tudo bem. Escolhi a poltrona, realizei o pagamento, imprimi o bilhete e, no dia seguinte, me dirigi ao ensebado e imundo guichê desta empresa de transportes coletivos para trocar minha passagem com meia hora de antecedência.
Ao ser atendido, o susto: sem me avisar, a Gardênia havia vendido meu bilhete a outra pessoa e cancelado o pedido que eu já tinha quitado via cartão de crédito. Por sorte, havia uma vaga no ônibus, bem ao lado do banheiro que exala uma fedentina insuportável. Embarcarmos nosso filho de 15 anos com destino a Pirassununga e tivemos outra surpresa, 6 horas depois. Soubemos através de uma ligação telefônica que o ônibus havia quebrado pouco antes de chegar ao destino. Não era possível os passageiros saírem do local pois, pasmem, o bagageiro também estava emperrado. Enquanto o motorista tentava liberar o compartimento de malas com um pé de cabra, uma cigana invadiu o ônibus e se recusou a deixar o veículo. Foi preciso chamar a Polícia para que saísse.
Neste exato momento, passageiros que já estão há mais de 6 horas na estrada, são obrigados a esperar que um novo (maneira de falar) veículo chegue para finalizarem a viagem, enquanto tentam arrombar o maleiro.
Este caso é isolado? Todos sabemos que não. Notícias sobre veículos da Gardênia que pegaram fogo, trafegaram de porta aberta, soltaram a roda na estrada ou que transitaram inclinados ou soltando fumaça por falta de manutenção já nem chamam mais a atenção. Ao que parece, a empresa assumiu seu posicionamento de ineficiência e incompetência diante do mercado que atende, sabe-se lá como ou porque.
Fica a pergunta: onde estão as autoridades? Onde estão os deputados que dizem representar a região? Onde estão os órgãos de fiscalização para impedir que empresas que lidam com a vida de milhares de pessoas continuem atendendo de maneira exclusiva e vergonhosa como a tal Gardênia? Questionamentos como estes nos levam a crer que os cidadãos estão à deriva diante de irregularidades que passam batido aos olhos de quem deveria fiscalizar e punir. O preço da passagem aumentou… já a qualidade…
(Por Carlos Romero Carneiro)
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Morei em Santa Rita de 76 até 89. Evitávamos ao máximo a Gardênia. Só se fossemos para algum destino que só ela atendia. Pior empresa de ônibus que vi na minha vida