Colunistas

O menino que brincou de pique com São João Batista

(Por Rita Seda)

Junho, sendo um mês tão frio para nós, é um mês de celebrações tão calorosas. Traz a lembrança de Santo Antônio de Pádua, o festejado e milagroso casamenteiro. Logo depois celebramos também São João Batista, o único que tem relação com fogueira. Filho dos já idosos Izabel e Zacarias, veio ao mundo para uma missão específica de revelar o Messias . Como os pais morassem numa região alta e seu nascimento era esperado por todos os amigos que moravam na cidade baixa, foi combinado que seria acesa uma fogueira para anunciar seu nascimento. Festejar os outros santos com fogueira foi um costume copiado deste fato em virtude do frio. Outros santos de junho são Pedro e Paulo. Não esqueçamos a famosa fogueira de Cachoeira de Minas. Vejamos uma história acontecida num dia de chuva. Uma capela simples, altar no centro, missa de São João Batista. Do santo popular e simpático cuja história de nascimento está ligada à de Jesus. Sempre tive a impressão de que Isabel ficou grávida na velhice, aquele milagre todo, para que Maria se sentisse totalmente segura. Para que pensasse: “O meu Deus é o Deus dos impossíveis.” Missa de São João Batista, o único santo que a Igreja festeja o Nascimento e a morte. Já nasceu cheio do Espírito Santo… Transcorria tudo normal até a homilia, quando um garotinho se pôs a correr e a gritar, exageradamente, em volta do altar. Na vizinhança, uma Igreja Evangélica já enchia os ares com sua louvação. O padre foi se inquietando, a cabeça esquentando, um turbilhão de ideias o assaltou. Chamar a atenção dos pais do garoto? Já havia tão poucos garotos frequentando as missas… e de resto ele não costumava constranger ninguém. Era extremamente acolhedor. Mas foi perdendo o fio da meada, perdendo-se nas palavras, já não sabia o que falar… E queria tanto falar do simpático santinho…mas o garotinho continuava a sua maratona ensurdecedora. O padre tomou um fôlego, olhou para o alto e num ato de esperança deu início ao Credo. Foi como se furasse o balão: o menino calou e foi para os braços dos pais. Terminada a Santa Missa, ainda atônico, o padre, como sempre fazia, colocou-se à disposição dos fieis para uma palavra, uma bênção, um afago no coração. Vieram os pais, com o garoto. Observou bem o rosto do menino, notou algo de diferente, talvez uma deficiência. Deus seja louvado! O amor venceu a turbulência de uma tentação! A Paz de Jesus nos acompanhe, amém!!!

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