História

O documento que deu origem ao nosso povoado

Em um livro paroquial de Pouso Alegre, foi realizada uma transcrição de trechos do documento em que Manoel e Genoveva realizaram a doação do terreno à paróquia para construção de uma capela e também para venda de lotes, ao redor do outeiro onde, mais tarde, seria construída a praça. Confira alguns trechos, com pequenas alterações na forma:

“Dizemos, nós, abaixo assinados, Manoel José da Fonseca e minha mulher, Janubeva Maria Martins que, entre mais bens de que somos senhores e possuidores e com livre e geral administração, faremos doação de uma sorte de terras na paragem denominada Mosquito, cujas terras divisam da barra do Ribeirão do Mosquito (cortava a alameda José Cleto Duarte, vindo entre as Ruas 13 e do Gouveia), que deságua no Rio Sapucaí, subindo até a porteira na estrada que vai para o Pouso Dantas (próximo ao Country Clube) e pela dita estrada abaixo, até a cruz e encruzilhada que vem de Jerônimo José (daí vem o nome Morro do Gerônimo) e, desta, atravessando numa vargem alagadiça em rumo direito ao Sapucaí, fronteando, numa pedra redonda da outra banda do dito rio acima (talvez fosse a atual pedreira), até a barra dita acima do Mosquito, cujas terras, assim confrontadas, fazemos doação, gratuitamente, para a construção de uma capela que se vai fazer na dita paragem. Em tal capela, será a padroeira a senhora Santa Rita, por promessa que fizemos e por ser da nossa devoção, cujas terras, desde já, lhe damos toda a posse e domínio pelas pessoas e procuradores da mesma, abaixo nomeados: o Alferes Antonio Manoel da Palma, o Capitão Manoel Joaquim Pereira, o Alferes Braz Fernandes Ribas, o Alferes João Pereira Lima, o Alferes José Vieira da Fonseca e o Tenente José Joaquim Ribeiro para poderem defender e zelar por tudo quanto for de benefício da mesma. E, nem nós, nem nossos herdeiros, presentes e futuros, lhe poderemos impor embaraços, em tempo algum. Antes, nos obrigamos, por nossas pessoas e bens e ditos nossos herdeiros, a fazer esta boa dádiva, por nossas livres vontades e sem constrangimentos de pessoa alguma. Rogamos às justiças de S.Majestade, que dê inteiro vigor a este nosso papel como se este por nós escrevesse e, como testemunha, assinasse. Eu assino com o meu sinal de que uso, que é uma cruz (Manoel era analfabeto) e a rogo de minha mulher se assina o nosso filho, Antonio Manoel da Fonseca. Tudo em presença das testemunhas, abaixo assinadas. Ribeirão do Mosquito, 2 de maio de 1821. Sinal de Manoel José da Fonseca. Antonio Manoel da Fonseca. Testemunha que este fez, a rogo dos sobreditos e vi assinarem João Pereira de Lima. Presente Braz Fernandes Ribas.

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