No início dos anos 70, o Brasil vivia um período político conturbado. Em plena ditadura, o país era governado pelo General Garrastazu Médici, considerado um capeta com carinha de vovô. No auge da repressão e sem direito de manifestar-se, as pessoas buscavam nas expressões artísticas uma forma de transmitir seus protestos. Nesse contexto, surgiram diversos eventos musicais inspirados no “Festival de Música Popular Brasileira”, exibido pela TV Record. Um deles, o FEME, foi criado em Santa Rita por membros do Grêmio Estudantil da ETE e tornou-se um dos mais importantes festivais de Minas Gerais.
Quando surgiu o “Festival de Música Estudantil”, o presidente do Grêmio chamava-se Miguel Farbiah. Considerado um grande pianista e membro de uma orquestra de renome no Rio de Janeiro, o descendente de libaneses foi um dos mentores do evento e seu piano, doado à ETE na sua formatura, continua na instituição até hoje.
Inicialmente, o evento acontecia no Auditório Sinhá Moreira (ETE) e tinha sua capacidade máxima (984 lugares) esgotada pelo público formado por estudantes, intelectuais, músicos e pela juventude da época. Depois de algum tempo, algumas poltronas foram danificadas e a direção da escola proibiu que as apresentações acontecessem no recinto. Desde então, o FEME foi produzido em um campo de futebol, nos fundos da instituição e, quem esteve lá, diz que nunca passou tanto frio na vida. “O evento era ao lado do rio, em pleno inverno. A frio era intenso e muita gente foi parar no hospital.” – conta Vera Lúcia Martinez, participante do festival.
Bem organizado, o FEME convidava personalidades locais para participar do julgamento e convocava as moças mais bonitas para cuidar do cerimonial. Duas delas, as jovens Jussara Mendes e Vera Lúcia apresentaram o Festival por muitos anos e ainda são lembradas por quem viveu a época.
Vera Lúcia Martinez contou que, anualmente, inscrevia dois conjuntos vocais no Festival. Um deles foi montado para as festividades dos 70 anos de Dona Espanha Del Castillo e batizado de “Ramalhete” pelo ex-ministro, José Francisco Rezek. Sua outra banda contava com os instrumentistas pousoalegrenses Cezinha, Didu e Otávio Meyer, além de seu amigo Bruno Matragrano. “Edmundo Pereira, o baixista da banda, destacava-se por sua habilidade musical e viria a ser pai de Luiz Schiavon, o tecladista do RPM, além de matricular dois de seus filhos na ETE.”
Com o passar dos anos, o evento perdeu a força e os festivais que surgiram em seguida não foram tão significativos. Das noites em que Santa Rita entrou na rota da MPB restaram apenas lembranças, relatos, fotografias e recortes de uma época em que a música ainda não era monossilábica.
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