“Mês do fogo” em Santa Rita do Sapucaí

(Por Carlos Romero Carneiro)

Tempo seco, tristeza e fuligem. Setembro de 2024 ficará marcado, para sempre, por um crime ambiental que se assemelha mais a um ato terrorista. “Dia do fogo”, disseram por aí. Uma série de incêndios visivelmente articulados devastou boa parte das matas brasileiras e não foi diferente em Santa Rita do Sapucaí. Enquanto a Serra do Paredão era consumida pelas chamas, com um bom número de animais mortos e árvores incendiadas, a população assistia incrédula à destruição de nosso maior patrimônio natural. É assustador imaginar como pode haver gente tão pequena, tão mesquinha e sem caráter para tomar parte e realizar um ato como este. Agem nas sombras, escondidos como ratos, à espera do momento propício para exterminar o que estiver pela frente. São covardes, incapazes de assumir os seus atos e estão condenados a viver em uma jaula interna, encarcerados pelas próprias trevas.

O incêndio na Serra do Paredão foi terrível, mas não foi o único a acontecer em nossa região. Na Cachoeirinha, outro incêndio havia sido provocado, dias antes, e devastou uma enorme área verde, além de invadir fazendas e áreas produtivas. Outros incêndios aconteceram às margens da 459 e nas redondezas do Chalé. A fumaça que tingiu o céu de cinza, no triste mês de setembro, também vinha de outras regiões brasileiras e criava um cenário em que as aparentes nuvens, não passavam do resultado de um desastre ecológico irreparável.

As equipes da defesa civil e das prefeituras de Santa Rita do Sapucaí e São Sebastião da Bela Vista se empenharam muito, junto com o corpo de bombeiros e com a guarda florestal. Produziram aceros, criaram picadas na mata e tentaram – como podiam – acalmar a fúria das chamas. O fogo foi amainado com ajuda de uma chuvinha tímida, mas providencial que reduziu os focos que se espalhavam pela mata densa. O incêndio persiste. Como resultado, um cenário de destruição e grandes perdas.

Neste momento, cabe às autoridades encontrarem os responsáveis, responsabilizá-los com duras penas e apresentá-los à sociedade. Que as leis brasileiras sejam cumpridas e que os órgãos responsáveis encontrem maneiras de monitorar, de forma mais efetiva, estas ameaças à nossa biodiversidade. Também cabe às autoridades impedirem que estes “novos pastos” sejam invadidos. Que essas pessoas sejam encontradas, penalizadas e que as penas imputadas a elas sirvam de lição para que isso nunca mais aconteça em parte alguma do país.

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