Maristela, a santa-ritense que deu nome ao bairro

Por Adjair Franco (Dija)

Foi com imensa alegria e orgulho que recebemos a notícia de que a nossa conterrânea, Maristela, recebeu em Belo Horizonte, no dia 15 de março de 2024, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, a honrosa medalha “Levindo Coelho Martins de Oliveira”. Tal distinção aconteceu em reconhecimento ao seu trabalho e enaltecendo o seu valor, em prol desta importantíssima instituição.

Na solenidade de entrega da medalha, a Desembargadora, Lilian Maciel Santos, proferiu profundos agradecimentos, apresentando os traços biográficos que ora transcrevo: “A servidora Maristela, mineira de Santa Rita do Sapucaí, possui uma história impressionante. Foi precocemente diagnosticada com cegueira irreversível. Aos sete anos, um tio lhe apresentou o alfabeto Braile, que trouxe de São Paulo e uma Regrete (um dos primeiros instrumentos criados para a escrita Braile).

A avó paterna aprendeu Braile para lhe ensinar e, com a sua ajuda, conseguiu se matricular em uma escola regular, onde estudou até a quarta-série do ensino fundamental. Em momento posterior, concluiu o curso do Magistério.

Maristela ingressou, neste tribunal, no dia 4 de abril de 1995 e trabalhou em vários setores. Foi lotada na Secretaria de Administração, coordenadora de comunicações administrativas, na Sessão de Gestão de Telefonia, na Sessão de Supervisão de Cadastro Eleitoral e no Núcleo de Atendimento Telefônico. Hoje, encontra-se lotada na Sessão de Atendimento ao Cidadão, que faz parte da Coordenadoria de Ouvidoria.”

Enfim, descrever Maristela, por este brilhante caminhar, não é tarefa fácil. Seguindo as homenagens, a palavra do Ouvidor, Dr. Cássio Azevedo Fontinelli, ressaltou, ainda mais, as habilidades e qualidades de Maristela, dizendo: “O Tribunal tem várias facetas: o logotipo do Tribunal, o símbolo do Tribunal… então, porque não dizer que Maristela é a voz do Tribunal?

Hoje, ela recebe ligações de várias zonas eleitorais e, através da sua mesa de PABX, consegue encaminhá-las para 1720 ramais. A sua importância, ao fazer esses contatos, deve-se à sua grande sensibilidade porque, assim, consegue atender bem os pedidos de quem nos busca, pois servir é a nossa misssão. Portanto, Maristela representa, de fato, a voz do Tribunal.”

E Maristela, em suas palavras de agradecimento, falou emocionada da honra de receber esta medalha, que representa não só a recompensa pelo dever cumprido, como também a valorização e reconhecimento do TRE de Minas ao seu trabalho. Ela agradeceu por se sentir acolhida com respeito, carinho e apoio, tanto na parte profissional, quanto na parte humana.

“Gratidão a todos que, de alguma forma, fizeram parte desta minha jornada até aqui e por fazerem parte desta grande instituição chamada Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais”. Ela agradeceu, também, aos caros amigos e familiares que sempre se fizeram presentes em sua vida.

No ano que vem, Maristela se aposenta e volta para a sua terra natal onde é muito querida por todos. Da pouca convivência que tive com ela, pude sentir a sua bondade, sua fala mansa e cativante e sua grandiosidade como pessoa. Seu avô, senhor Ferreira, era muito querido em nossa cidade. E, como proprietário de loteamentos, deu nome ao bairro Maristela em sua homenagem.

Deixo registrado o carinho e amizade que o amigo Claré tem por Maristela e agradeço pelas informações prestadas para este texto. No mais, só tenho a agradecer a esta pessoa admirável que é a Maristela, nossa ilustre conterrânea!

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