Santa Rita do Sapucaí perdeu, no dia 27 de agosto, Jovani Ribeiro, o Bill — artista que fez da música e do bom humor, um estilo de vida. Nascido em 1961, Jovani foi mais do que um músico talentoso: foi presença marcante nos palcos, nos bares, nas festas populares e no coração de quem teve a sorte de conhecê-lo.
Desde pequeno, a música o chamava. Aos 8 anos já tocava acordeon — um instrumento maior do que ele próprio — nos bailinhos de roça. O primeiro contato técnico veio no Instituto Padre Chico, no bairro Ipiranga, onde estudou música nos anos 1970. Ali, passou a entender não só as notas, mas a força daquilo que viria a ser seu ofício e identidade.
Nos anos 1980, retornou a Santa Rita com a convicção de que viveria da música. Integrou a Orquestra de João de Abreu e, depois, fundou o grupo Expresso Noturno, que marcou época no cenário regional. A banda chegou a ganhar destaque nacional: foi manchete no Estado de São Paulo, em 1995, e despertou o interesse da própria Rita Lee, que cogitou produzir um disco com eles — plano que não se concretizou por diferenças nas rotinas dos integrantes.
Ainda assim, o Expresso Noturno brilhou: fez aberturas para Sá & Guarabyra, Nelson Gonçalves, Jessé, Chrystian & Ralf e chegou a receber convites para apresentações em cruzeiros. Após o fim da banda, Jovani seguiu para São Paulo, tocando em bares como o Beleza Pura e o Biroska, sempre mantendo viva sua ligação com Santa Rita.
Mais tarde, formou a banda Som das Gerais, ligada ao country e voltada para os rodeios mineiros e paulistas. Também dedicou-se a apresentações solo, aulas de música e à dupla Bill e Carlinhos, com quem tocava em festas, eventos e até em velórios, como ele mesmo dizia com bom humor.
Com seu jeito irreverente, Jovani colecionava histórias cômicas e memoráveis. Como o dia em que, tocando com Nelson Gonçalves, o baterista se empolgou tanto no samba que o cantor interrompeu o show ao vivo com um grito: “Pá Pára! Pá Pára que eu não tô aguentando!”
Ou a vez em que inventaram um efeito de fumaça para a Festa de São Benedito com uma caixinha de pólvora — que não funcionou. O assistente resolveu improvisar: jogou um cigarro aceso dentro. A explosão quase incendiou o palco. “Senti a minha nuca arder!”, lembrava aos risos. Bill também recordava do episódio com o Landau que ele tentou dirigir (mesmo sem enxergar) e acabou atolado em um brejo.
Jovani sempre foi um defensor da valorização dos músicos locais. Criticava o modelo de negócio que, segundo ele, não remunerava adequadamente os artistas e tratava música como favor. Certa vez, ao ser convidado para tocar em troca de “propaganda gratuita”, respondeu com ironia: “Lá em casa a gente come bife. Propaganda não paga o supermercado.”
A trajetória de Jovani Ribeiro não foi apenas a de um músico — mas a de um homem que viu no palco um espelho da vida, que fez rir, chorar, dançar e pensar. Sua morte deixa um vazio na cultura local, mas também uma herança rica de histórias, talentos e afeto. Sua música permanece nas lembranças, nos palcos por onde passou, nas melodias que ensinou, nos amigos que fez e nos aplausos que ainda ecoam.
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