Conheça um pouco da trajetória de Jorge Gabriel

Como foi a sua vinda para Santa Rita do Sapucaí?

Eu vim para Santa Rita, em 1986, convidado por um amigo para a Festa de Santa Rita. Cheguei aqui no dia 22 de maio. Depois da festa, eu fui olhando, fui vendo a cidade voltar ao normal e decidi ficar. A sensação que eu tive naquele momento foi de que havia encontrado um lugar que realmente amava. Eu então montei um salão na galeria da Lourdinha, no Edifício Mendonça e na galeria Alameda das Flores. Permaneci 19 anos em Santa Rita, antes de me mudar para Campinas.

Por que você se mudou de Santa Rita?

Eu prestei um concurso para atuar na Lovell Cosméticos e comecei a trabalhar como Técnico em Colorimetria. Lá, eu passei a ministrar cursos de coloração, depois me tornei coordenador, até que passei a dar suporte aos novos vendedores. Nesse período, me apresentei por 8 anos na maior feira de cosméticos da América Latina, a Hair Brasil. Também fiz três cruzeiros marítimos representando a Lovell, onde eu penteava atores e atrizes que eram convidados pelo apresentador Amaury Júnior.

Até quando durou essa fase?

Até 2007, quando comecei a trabalhar em uma rede de Salões chamada Carlota Joaquim. Este salão terceiriza trabalhos para emissoras como Globo, Rede TV, Cultura e Band. Nesse período, atendi personalidades como Isabela Fiorentino, Marieta Severo, Martha Mancini, Lucélia Santos, Glória Pires, Fernanda Torres, Maitê Proença e uma infinidade de outros artistas!

E quando foi o seu retorno a Santa Rita?

No dia 11 de janeiro de 2018, venceu o meu contrato com a Carlota Joaquim e eles queriam renovar por mais oito anos. Eu pensei comigo: já estou com 60 anos. Se eu não voltar para Santa Rita agora, não volto mais! E decidi não renovar o contrato para viver onde tanto amava.

A Santa Rita do Sapucaí que você encontrou 22 anos depois estava muito mudada?

Eu encontrei uma cidade muito diferente, principalmente em relação às pessoas. Muitos amigos estavam mais velhos, outros haviam morrido e diversas crianças haviam se tornado pais de família. Fico muito feliz em ver que vocês se tornaram pessoas de bem! Vejo aquelas crianças crescidas e sinto como se fossem meus parentes!

Eu lembro que você fez um depoimento muito emocionado na volta do nosso carnaval à praça…

Foi muito emocionante porque me lembrei da primeira vez em que desfilei nos Democráticos, convidado pela Dona Leila, pela Dona Lydia e pela dona Conceição. Aquele resgate do carnaval à praça me trouxe uma lembrança muito bacana, quando me colocaram à frente do bloco. Naquele momento, quando disseram, nós vamos descer e tocaram os clarins, foi que eu me tornei, verdadeiramente, um cidadão santa-ritense! (Jorge Gabriel chora) Eu me senti muito acolhido!

Falando em carnaval, gostaria que você contasse um pouco sobre o Bloco das Piranhas

Quando eu cheguei a Santa Rita, o Bloco das Piranhas já existia há um ou dois anos. Eram Caponi, Bolacha, Nazareno e outros que se reuniam na segunda de Carnaval para sair. No mesmo ano em que eu desfilei nos Democráticos, também desfilei no Bloco das Piranhas, convidado pelo Luiz Carlos Lemos Carneiro! Lembro que estava uma onda do povo daqui ir para a Disney e ele falou: “Jorge, por que você não sai de Minnie?” Ele então criou um carro pra mim e, deste carnaval em diante, o Luiz Carlos escolhia o tema para eu desfilar. “Neste ano você vai sair de Viúva!” e “Este ano é de Diaba!” e “Por que não sai de Mulata?” Este, inclusive, foi a que mais gostei… saí em cima de um pandeiro! No ano seguinte, eu desfilei de enfermeira e, no penúltimo, de Miss Brasil. Finalizei como Carlota Joaquina, a louca! Ficou lindo! Bons tempos!

Como você vê Santa Rita de hoje? Sente-se bem acolhido?

Eu me sinto muito acolhido! Nestes anos todos em que morei em outras cidades, sempre voltava nos feriados, então nunca estive completamente fora! Lembro até que num trabalho que fui fazer em Paris, estava voltando para um hotel, quando um amigo me perguntou: “Você sabe que dia é hoje? Hoje é dia 31 de dezembro e estamos em Paris!” E eu respondi: “Grandes coisas… não falamos a língua deles e ninguém conhece a gente aqui!” E ele me perguntou: “E onde então você gostaria de estar agora?” E eu respondi: “Queria estar em Santa Rita, no Country Club e morto de tonto!”

E o que você tem feito?

Eu tenho um Studio onde atuo como cabeleireiro e atendo às minhas clientes.

E você pretende deixar Santa Rita algum dia?

Sim! Só quando eu virar anjo e vai demorar!!!