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Com raízes em Santa Rita do Sapucaí, Isabella Longuinho celebra sua nova identidade

Natural de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, Isabella Longuinho vem protagonizando uma das histórias mais marcantes da internet brasileira, nos últimos tempos. Conhecida anteriormente como Zé Longuinho, Isabella é criadora de conteúdo e influenciadora digital, e decidiu compartilhar com o público sua jornada de transição de gênero.

A mudança começou a ser anunciada no início de 2025, quando Isabella contou abertamente, pelas redes sociais, que iniciaria sua transição. Em um vídeo comovente, explicou que sempre buscou entender e aceitar quem realmente era por dentro — e que havia chegado o momento de alinhar essa identidade interior à forma como se apresenta ao mundo. “Fui muito feliz sendo Zé Longuinho, aquela gay afeminada, musculosa da academia, que quebrava vários tabus e tenho muito orgulho de tudo que ele conquistou. Mas eu sei, no meu coração, que vou ser muito mais feliz sendo ela”, declarou.

O processo foi acompanhado de transformações físicas e simbólicas. Isabella passou por uma cirurgia de feminilização facial, além de outros procedimentos estéticos, como o afinamento do nariz. Em sua primeira aparição como Isabella, contou com o apoio da drag queen Halessia para a montação — um momento marcante que incluiu o uso de próteses nos seios e lace nos cabelos.

O anúncio oficial do novo nome aconteceu nas redes sociais, no dia 15 de abril. Em um post emocionado no Instagram, ela declarou: “Com todo carinho do mundo, me despeço do nome Zé Longuinho, um nome que foi tão importante para mim, mas com o qual não me identifico mais. Chegou o momento dela, da Isabella. E, para os mais íntimos, Bella Longuinho”.

A escolha do nome foi um capítulo à parte — Isabella revelou que sempre teve uma admiração por esse nome em outras mulheres, por sua força e elegância. Chegou a considerar o nome Isadora, mas desistiu por imaginar que poderia virar motivo de piadas nas redes. A decisão final, inclusive, contou com uma estratégia de marketing bem-humorada: enquetes no Instagram, conversas gravadas com a mãe e pistas deixadas aos seguidores. “Eu sei meu nome desde o começo. Tudo que fiz depois foi marketing. Só estava esperando tirar meu documento”, explicou, mostrando não só planejamento, mas também domínio da comunicação digital.

Isabella Longuinho representa uma nova fase, não apenas pessoal, mas também simbólica, de visibilidade e empoderamento das pessoas trans no Brasil. Ao dividir sua experiência de forma aberta, ela dá voz a muitas outras que ainda buscam compreensão e acolhimento. Com raízes fincadas em Santa Rita do Sapucaí e o olhar voltado para o mundo, Isabella segue inspirando, com autenticidade e coragem, um número cada vez maior de pessoas.

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