Por Patrícia Vigilato
Peço licença para (re)memorar a trajetória de Clemente Rafael, o Senhor Ico. Nascido em 1º de setembro de 1922, na fazenda do senhor Juca Mendes, aos 2 anos de idade se tornou morador da Rua Chafariz no Bairro Rua Nova, sua morada até o último dia – 07 de julho. Família numerosa, dez irmãos, era o filho caçula de Mariinha e José Rafael. Sua mãe foi o grande alicerce da família. Quando chegou ao Bairro Rua Nova, cuidou do sustento dos filhos carpindo plantações de arroz na Fazenda do Paredão.
O menino Clemente chegou a iniciar os estudos na escola mais próxima ao bairro em que morava, o “Grupão”, mas segundo sua filha Maria de Fátima, logo no início dos estudos foi convencido pela própria professora a abandonar a escola e ir trabalhar de copeiro em sua casa. Lá permaneceu até iniciar a labuta com os gados do seu padrinho de batismo, Sanico Teles, de quem recebeu a alcunha de Ico. Entre idas e vindas na lida com o rebanho do padrinho, trabalhou na olaria do senhor Alcides Mendes e, tempos depois, iniciou o ofício de pedreiro. Viveu um casamento de 60 anos com Maria do Carmo Rafael. Seguindo o legado de seus pais, também construiu uma família numerosa e tiveram 10 filhos: Vítor, José Roberto, Cláudio, Ailton, Gláucio, Ilma, Jacira, Maria de Fátima, Gláucia e Lúcia.
Seu Ico era o que vivia. Ele entendia que compartilhar sua verdade o conectava às maiores verdades humanas – fé, caridade, amor, esperança: a percepção de quem você realmente é e a liberdade que a simplicidade traz. “Vocês se preocupam muito com coisas materiais, vivem de ilusão. Estamos aqui de passagem. Deixem eu preparar meu espírito direitinho”, era o que dizia a sua filha Maria de Fátima quando questionado pelo uso repetido da camisa para ir ao lugar onde também foi seu lar por mais de 50 anos, o “Centro Espírita Amor à Verdade Mãe Maria”, fundado na década de 1950 por Francisca Celira da Silva, a Dona Chiquita. Aliás, foi neste espaço que nossa história se cruzou.
Desde que o conheci, sempre me encantou sua entrega em benefício do próximo. Encarava sua religiosidade como dom e missão. Testemunhas da sua fé não faltam, sobretudo dos que já foram “rezados” por ele. “Ninguém que vier a minha porta em busca de ajuda sairá sem ser ajudado”, e foi assim até seus últimos dias. Eu mesma já fui acudida pelo senhor Ico, em sua casa, numa tarde de domingo, onde, com a mão espalmada, baixinho, ele rogou proteção divina. Deixa saudades, lições, história e um imenso legado. Obrigada, Seu Ico.
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