Coluna do Elísio Rosa

As festas de fim de ano – Por Elísio (Pamphiro) Rosa

Em Santa Rita, no passado, o Natal e o Ano Novo, data da Confraternização Universal, não eram comemoradas com expressividade como nos dias atuais. As festividades de destaque estavam vinculadas ao Carnaval e à Festa de Santa Rita. As comemorações natalinas eram inexpressivas, mas gozavam de uma certa reverência aquém de seu merecimento. Algumas famílias o comemoravam em particular, sem a dimensão dos dias atuais. Não se investiam nas decorações das lojas e nos comércios em geral. Não se via árvores de Natal ornamentadas nem mesmo na praça.

No jornal o “Correio do Sul” de nº 2.118 de 4-12-1960 e o de nº 2.119 de 24-12-1960 não se vê anúncios, propagandas e congratulações de Natal. O destaque, de primeira página, foi uma matéria do Sr. Antônio Junqueira referente ao Natal. Aliás, havia um minúsculo anúncio sobre a Cesta de Natal Amaral.

As distribuições de brinquedos, sem Papai Noel, estavam circunscritas a algumas entidades religiosas beneficentes.

Uma lei iria mudar o sentimento natalino popular para melhor. Em 1962, o presidente João Goulart sancionou a lei, aprovada pelo Congresso, que instituiu o pagamento do 13º Salário a todos os trabalhadores. Essa Lei veio beneficiar os trabalhadores e proporcionar-lhes um Natal pleno de realizações. Ascendeu-se o consumo de bens materiais que ativou o comércio varejista e beneficiou indiretamente a indústria. Essa conquista ,de cunho social, vem atravessando décadas mesmo sob turbulências políticas e se perpetuando por sua característica simbiótica.

O sistema capitalista vem elevando a autoestima do brasileiro com a finalidade de ter o prazer de consumir. Todavia trouxe-nos uma perniciosa inversão de valores onde ter sobrepõe o ser. Bilhões de reais são injetados na economia através do 13º Salário. Os comerciantes de mais visão administrativa preparam com antecedência a meta mais eficiente para conquistar clientes. Sabe-se que quem investe mais em publicidade será melhor sucedido. É primordial o investimento nos meios de comunicações disponíveis mais próximos de deus consumidores. Diz um velho adágio: A propaganda é a alma do negócio.
A decoração natalina de um comércio deve atrair a atenção do consumidor e despertar a atenção do cliente, principalmente o das crianças. Há também os consumidores que compram por impulso, pela propaganda. A propaganda tem o seu papel estimulador. Outra prioridade é o bom atendimento ao cliente. Esse conjunto de fatores, quando levado a sério, dá um retorno promissor. A publicidade está também na disponibilidade dos prestadores de serviço e dos profissionais liberais. Lembrando sempre que bilhões de reais estão a circular neste Natal. O consumo, evidentemente, virá. Todos desejarão passar um fim de ano feliz, isso faz parte de nossa autoestima .

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