A aventuras e descobertas de uma ciclista santa-ritense, do outro lado do mundo

(Por Elis Frigini)

Dos cafezais no interior de Minas, lá pelos idos de 1990, com subidas sofridas ao morro do Cruzeiro ou rumo ao campo de aviação, fugindo dos VL’s pelas estradas de lama, até o outro lado do mundo, pelos vilarejos e arrozais no sul da China, enfrentando a poluição de Beijing e normalizando sair para pedalar com -4 graus lá fora. Depois, se misturando ao trânsito caótico do Vietnã, curtindo no corpo cansado a brisa de fim de tarde em Bali ou explorando os maravilhosos templos do Cambodja e se apaixonando pela natureza exuberante do Laos.

Quando se tem o prazer de unir duas paixões como pedalar e viajar, é um privilégio e uma alegria acordar antes do sol. Viajar de bicicleta é uma experiência que todos deveriam ter ao menos uma vez na vida, acreditem. É aprender na vivência a cultura do outro e se orgulhar da nossa própria. É agradecer pelo precioso banho no fim do dia e aceitar, com humildade e encantamento, a comida e a água oferecidas com tamanha bondade por pessoas que você nunca viu e, provavelmente, nunca mais verá. É se comover (e se envergonhar por reclamar da vida) ao ver que tanta gente, mesmo vivendo com tão pouco, é extremamente feliz ao dividir o pouco que possui. É aprender a enxergar o outro e a si mesmo com menos julgamento e mais bondade, aceitando os próprios limites e defeitos num compromisso de melhorar e evoluir, cada um no seu tempo e no seu propósito de vida.

O que eu quero do próximo ano – e de todos os que me restam nessa jornada – é saúde e mais manhãs como a de hoje: com céu azul, pernas valentes, vento no rosto e gratidão no coração. Eu e a magrela agradecemos.

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